sábado, 26 de outubro de 2013

As gordinhas charmosas

A obesidade pode até ser uma doença, mas se torna Extra Grande quando é preconceituosa.
                                                                                                                        
A tela é de uma pintora africana, nascida em Johannesburg, sul da África. Sua pintura é harmoniosa.
 Abaixo um texto bem interessante e telas de gordinhas pra lá de charmosas!










 
"Podem me chamar de gordinha, gorda, redonda, gorducha, eu não ligo, sou assim mesmo dona de uma circunferência perfeita, talvez seja por isso que os homens corram atrás de mim, sou assumidamente roliça, os homens me adoram, os poucos que não gostam de mim é porque não me conhecem direito, sou tudo de bom, eu enfeitiço e sou cobiçada, a maioria dos homens sabem lidar comigo, sabem me tratar bem, há aqueles que me maltratam, mas com um pouco de esforço faço logo eles mudarem de ideia, sou gorduchinha de verdade, não me importo com o que vocês mulheres dizem de mim, pois sei que muitos namorados e maridos vêm atrás de mim, por minha causa já fiz muitos casais brigarem, causo reboliço, desperto vontades, paixões, tenho algo que os homens encontram em mim, não sei o que é, a me ver simplesmente eles piram, sou fofa e muito amada, aposto que você gostaria de saber quem eu sou, pois vou dizer, não sem antes dizer mais uma vez, sou fofinha, gorduchinha, redondinha, eu sou a bola de futebol. "

Se você achou que a gordinha em questão era uma mulher convencida, se achando o máximo errou feio, apesar da tendência para o humor o texto serve para um breve questionamento; por que uma mulher acima do peso não poderia seduzir e atrair os homens? Talvez porque hoje possuímos uma visão sobre imagem e padrões impostos pelos meios formadores de opinião.

Faço algumas perguntas para serem refletidas por vocês leitores.

Por que temos que ter as mesmas características das figuras da mídia?

Por que não aceitamos como as pessoas são?

Você se encaixa nos padrões estabelecidos? Se sim tudo bem, se não, por que esforçar se para seguir o que está ditadura ordena?

 

Augustin Kassi é africano. Nasceu em 1966, Assoumoukro, Costa do Marfim. Em suas pinturas costuma homenagear as formas volumosas de mulheres africanas. Em entrevista ao jornal BBC em 18 de maio de 2012, disse: “Eu queria lutar por essas mulheres que foram criticadas e até feitas prisioneiras da ideia de que não eram bonitas.”. Infelizmente não encontrei o título da tela, caso alguém saiba, favor postar no comentário abaixo. Gostei da tela! A mulher é  gorda e vaidosa, não deixa de passar maquiagem, usar acessórios, se produzir.

 

Seja o que você for, mas sempre seja você mesmo!

 

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Contos Africanos


Os Griots
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Depois de um bom jantar, com a lua brilhando, as pessoas de uma aldeia na África antiga podem ouvir o som de um tambor, chocalho, e uma voz que gritava: "Vamos ouvir, vamos ouvir!" Esses foram os sons do griot, o contador de histórias.

Quando eles ouviram o chamado, as crianças sabiam que estavam indo para ouvir uma história maravilhosa, com música e dança e música! Talvez hoje a história seria sobre Anansi, a aranha. Todo mundo adorava Anansi. Anansi podia tecer as teias mais bonitas. Ele foi quem ensinou o povo de Gana como tecer o pano de lama bonito. Anansi teve uma boa esposa, filhos fortes, e muitos amigos. Ele entrou em muita confusão, e usou sua inteligência e poder do humor de escapar.

Houve outras histórias que o povo gostava de ouvir mais e mais. Algumas histórias eram sobre a história da tribo. Alguns eram grandes guerras e batalhas. Algumas eram sobre a vida cotidiana. Não havia linguagem escrita na África antiga. Os narradores acompanhavam a história do povo.

Havia geralmente apenas um contador de histórias por aldeia. Se uma vila tentava roubar um contador de histórias de outra aldeia, era motivo de guerra! Os contadores de histórias foram importantes. Os griots não eram as únicas pessoas que podiam contar uma história. Qualquer um poderia gritar: "Vamos ouvir, vamos ouvir!" Mas os griots eram os "oficiais" contadores de histórias. O griot aldeia não tem que trabalhar nos campos. Sua tarefa era contar histórias.

Mil anos mais tarde, novas histórias sobre novos triunfos e novas aventuras ainda estão sendo informados pela aldeia pelos Griots.
Fonte: http://africa.mrdonn.org/fables.html

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Ananse
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Ananse, ou Anansi, é uma lenda africana. Conta um caso interessante, no qual no mundo antigo não havia histórias e por isso viver aqui era muito triste.

Houve um tempo em que na Terra não havia histórias para se contar, pois todas pertenciam a Nyame, o Deus do Céu. Kwaku Ananse, o Homem Aranha, queria comprar as histórias de Nyame, o Deus do Céu, para contar ao povo de sua aldeia, então por isso um dia, ele teceu uma imensa teia de prata que ia do céu até o chão e por ela subiu.

Quando Nyame ouviu Ananse dizer que queria comprar as suas histórias, ele riu muito e falou: - O preço de minhas histórias, Ananse, é que você me traga Osebo, o leopardo de dentes terríveis; Mmboro os marimbondos que picam como fogo e Moatia a fada que nenhum homem viu.

Ele pensava que com isso, faria Ananse desistir da idéia, mas ele apenas respondeu: - Pagarei seu preço com prazer, ainda lhe trago Ianysiá, minha velha mãe, sexta filha de minha avó.

Novamente o Deus do Céu riu muito e falou: - Ora Ananse, como pode um velho fraco como você, tão pequeno, tão pequeno, pagar o meu preço?

Mas Ananse nada respondeu, apenas desceu por sua teia de prata que ia do Céu até o chão para pegar as coisas que Deus exigia. Ele correu por toda a selva até que encontrou Osebo, leopardo de dentes terríveis. - Aha, Ananse! Você chegou na hora certa para ser o meu almoço. - O que tiver de ser será - disse Ananse - Mas primeiro vamos brincar do jogo de amarrar? O leopardo que adorava jogos, logo se interessou: - Como se joga este jogo? - Com cipós, eu amarro você pelo pé com o cipó, depois desamarro, aí, é a sua vez de me amarrar. Ganha quem amarrar e desamarrar mais depressa. - disse Ananse. - Muito bem, rosnou o leopardo que planejava devorar o Homem Aranha assim que o amarrasse.

Ananse, então, amarrou Osebo pelo pé, pelo pé e pelo pé, e quando ele estava bem preso, pendurou-o amarrado a uma árvore dizendo: - Agora Osebo, você está pronto para encontrar Nyame o Deus do Céu.

Aí, Ananse cortou uma folha de bananeira, encheu uma cabaça com água e atravessou o mato alto até a casa de Mmboro. Lá chegando, colocou a folha de bananeira sobre sua cabeça, derramou um pouco de água sobre si, e o resto sobre a casa de Mmboro dizendo: - Está chovendo, chovendo, chovendo, vocês não gostariam de entrar na minha cabaça para que a chuva não estrague suas asas? - Muito obrigado, Muito obrigado!, zumbiram os marimbondos entrando para dentro da cabaça que Ananse tampou rapidamente.

O Homem Aranha, então, pendurou a cabaça na árvore junto a Osebo dizendo: - Agora Mmboro, você está pronto para encontrar Nyame, o Deus do Céu.

Depois, ele esculpiu uma boneca de madeira, cobriu-a de cola da cabeça aos pés, e colocou-a aos pés de um flamboyant onde as fadas costumam dançar. À sua frente, colocou uma tigela de inhame assado, amarrou a ponta de um cipó em sua cabeça, e foi se esconder atrás de um arbusto próximo, segurando a outra ponta do cipó e esperou. Minutos depois chegou Moatia, a fada que nenhum homem viu. Ela veio dançando, dançando, dançando, como só as fadas africanas sabem dançar, até aos pés do flamboyant. Lá, ela avistou a boneca e a tigela de inhame. - Bebê de borracha. Estou com tanta fome, poderia dar-me um pouco de seu inhame?

Ananse puxou a sua ponta do cipó para que parecesse que a boneca dizia sim com a cabeça, a fada, então, comeu tudo, depois agradeceu: - Muito obrigada bebê de borracha.

Mas a boneca nada respondeu, a fada, então, ameaçou: - Bebê de borracha, se você não me responde, eu vou te bater.

E como a boneca continuasse parada, deu-lhe um tapa ficando com sua mão presa na sua bochecha cheia de cola. Mais irritada ainda, a fada ameaçou de novo: - Bebê de borracha, se você não me responde, eu vou lhe dar outro tapa."

E como a boneca continuasse parada, deu-lhe um tapa ficando agora, com as duas mãos presas. Mais irritada ainda, a fada tentou livrar-se com os pés, mas eles também ficaram presos. Ananse então, saiu de trás do arbusto, carregou a fada até a árvore onde estavam Osebo e Mmboro dizendo: - Agora Mmoatia, você está pronta para encontrar Nyame o Deus do Céu.

Aí, ele foi a casa de Ianysiá sua velha mãe, sexta filha de sua avó e disse: - Ianysiá venha comigo vou dá-la a Nyame em troca de suas histórias.

Depois, ele teceu uma imensa teia de prata em volta do leopardo, dos marimbondos e da fada, e uma outra que ia do chão até o Céu e por ela subiu carregando seus tesouros até os pés do trono de Nyame. - Ave Nyame! - disse ele -Aqui está o preço que você pede por suas histórias: Osebo, o leopardo de dentes terríveis, Mmboro, os marimbondos que picam como fogo e Moatia a fada que nenhum homem viu. Ainda lhe trouxe Ianysiá minha velha mãe, sexta filha de minha avó.

Nyame ficou maravilhado, e chamou todos de sua corte dizendo: - O pequeno Ananse, trouxe o preço que peço por minhas histórias, de hoje em diante, e para sempre, elas pertencem a Ananse e serão chamadas de histórias do Homem Aranha! Cantem em seu louvor!

Ananse, maravilhado, desceu por sua teia de prata levando consigo o baú das histórias até o povo de sua aldeia, e quando ele abriu o baú, as histórias se espalharam pelos quatro cantos do mundo vindo chegar até aqui.
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Lenda do tambor africano
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Dizem na Guiné que a primeira viagem à Lua foi feita pelo Macaquinho de nariz branco. Segundo dizem, certo dia, os macaquinhos de nariz branco resolveram fazer uma viagem à Lua a fim de traze-la para a Terra. Após tanto tentar subir, sem nenhum sucesso, um deles, dizem que o menor, teve a idéia de subirem uns por cima dos outros, até que um deles conseguiu chegar à Lua.

Porém, a pilha de macacos desmoronou e todos caíram, menos o menor, que ficou pendurado na Lua. Esta lhe deu a mão e o ajudou a subir. A Lua gostou tanto dele que lhe ofereceu, como regalo, um tamborinho. O macaquinho foi ficando por lá, até que começou a sentir saudades de casa e resolveu pedir à Lua que o deixasse voltar.

A Lua o amarrou ao tamborinho para descê-lo pela corda, pedindo a ele que não tocasse antes de chegar à Terra e, assim que chegasse, tocasse bem forte para que ela cortasse o fio.
O Macaquinho foi descendo feliz da vida, mas na metade do caminho, não resistiu e tocou o tamborinho. Ao ouvir o som do tambor a Lua pensou que o Macaquinho houvesse chegado à Terra e cortou a corda. O Macaquinho caiu e, antes de morrer, ainda pode dizer a uma moça que o encontrou, que aquilo que ele tinha era um tamborinho, que deveria ser entregue aos homens do seu país. A moça foi logo contar a todos sobre o ocorrido.
Vieram pessoas de todo o país e, naquela terra africana, ouviam-se os primeiros sons de tambor.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

CONTAÇÃO DE HISTÓRIA EFI NA EMEF PROFª MARILI DIAS

    O GRUPO," A TURMA DA ANINHA" ,conta histórias na EMEF Professora Marili Dias
A presente apresentação é resultado  de um minicurso direcionado a recém formadas em Pedagogia( Fundação Herminio Ometto-Uniararas - U.E. Morro Doce - São Paulo - SP) interessadas em enriquecer sua prática pedagógica, que teve como foco a importância da contação de histórias no contexto escolar  para o desenvolvimento das crianças como um todo, visando apresentar algumas habilidades e técnicas necessárias a um bom contador de histórias . As educadoras receberam orientação desde escolha da narrativa mais adequada à situação educativa até as diferentes estratégias utilizadas numa boa roda de história.  (PROFESSORA SUSETE MENDES)

“É evidente que a utilização desse recurso como auxiliar da prática pedagógica potencializa o aprendizado e contribui para o desenvolvimento da personalidade dos alunos de maneira significativa” (Professora Priscila Cardoso )

“A experiência  como contadora de histórias, mostrou-me que além dos conhecimentos das diferentes técnicas e escolha das narrativas, um dos principais ingredientes para uma boa contação é contar com nosso coração e contagiar o público com nosso entusiasmo.”(Professora Lilian Mendes)
 
As contadoras são autoras da obra "AS AVENTURAS DE ANINHA"- A casa do João de Barro e seus filhotes -Editora Paginas & letras
 

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Poeminhas para crianças

OU ISTO OU AQUILO
Cecília Meireles

Ou se tem chuva e não se tem sol,
Ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
Ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
Quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
Estar ao mesmo tempo nos dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
Ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
E vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
Se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda
Qual é melhor: se é isto ou aquilo.


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Para Guardar a Infância
Roseana Murray

Atenção: Compro gavetas,
armários, cômodas e baús.
Preciso guardar minha infância:
os jogos da amarelinha,
os segredos que me contaram
lá no fundo do quintal.

Preciso guardar minhas lembranças:
as viagens que não fiz,
ciranda, cirandinha
e o gosto de aventura
que havia nas manhãs.

Preciso guardar meus talismãs:
o anel que tu me deste,
o amor que tu me tinhas
e as histórias que eu vivi...

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Pontinho de Vista
Pedro Bandeira

Eu sou pequeno, me dizem,
e fico muito zangado.
Tenho de olhar todo mundo
com o queixo levantado.
Mas se formiga falasse,
e me visse lá do chão,
ia dizer com certeza:
"Minha nossa, que grandão!"

sábado, 5 de outubro de 2013

A FADA DA LUZ - (Meyr Vasconcelos)


Um pouco antes de chegar em casa, Carlinhos percebeu que havia algo estranho no ar, o ar parecia carregado de energia negativa.
Abriu a porta com cuidado e entrou. Logo percebeu o motivo. Seus pais o esperavam sentado no sofá com cara de poucos amigos. Mal entrou, seu pai já começou a falar:
– Muito bem! Parece que você nos deve uma explicação, rapazinho! Sua professora nos chamou até a escola para falar do seu desinteresse pelos estudos. Poderia nos explicar o porquê do
seu desinteresse?
Carlinhos sentou-se junto deles e resolveu ser o mais sincero possível.
– Eu não sei, pai: apenas não consigo mais gostar de estudar,
tento prestar atenção, mas a aula sempre parece chata, por mais que eu me esforce, não consigo aprender.
Sua mãe triste comentou com voz de choro:
– Como pode, filho? Você sempre foi um excelente aluno, o melhor da sala e, de repente, você fica assim, desinteressado pelos estudos! Deve haver uma explicação.
– Mãe, simplesmente não sei o que se passa comigo, tento me interessar, me esforço pra lembrar as tarefas que a pede pra fazer em casa, mas, quando me lembro, já é tarde demais e acabo não fazendo. Prometo que vou me esforçar.
Subiu para seu quarto triste e cabisbaixo. Na verdade, não se interessava pela escola e não entendia o porquê. Depois de pensar muito, resolveu descer e jantar. Todos fizeram a refeição em silêncio.
Seu pai foi para a sala assistir ao jornal, enquanto sua mãe foi lavar a louça do jantar.
Carlinhos foi até a praça, sentou-se num banco e ficou observando um grupo de crianças que brincavam de roda, felizes e despreocupadas. Como eram felizes! Ainda não estavam na idade de ir para a escola. Ainda bem, pensou. Tomara que, quando chegar o dia de essas crianças frequentarem a escola, não passem pelo mesmo problema.
Carlinhos sempre gostou tanto de estudar e estava numa situação tão difícil e sem explicação. Voltou para casa e, ao se deitar, viu através da janela aberta uma estrela cadente e fez um pedido.
– Estrela cadente, desejo do fundo do meu coração voltar a ser um garoto estudioso. Pediu com muita fé e depois adormeceu.
De madrugada, acordou com uma voz doce e meiga. Abriu os olhos e viu uma pequena fada que iluminava o quarto todo com sua luz. Carlinhos pensou que talvez estivesse sonhando e, mesmo
assim, perguntou:
– Quem é você? O que faz aqui?
– Meu nome é Fada da Luz e vim para atender ao seu pedido.
Carlinhos ficou muito feliz.
– Que bom! O que você fará?
– Bom, durante cinco dias consecutivos lhe farei perguntas diferentes para as quais esperarei respostas à noite. A primeira pergunta é esta: quem foi Albert Einstein?
– Sei lá! – respondeu Carlinhos.
– Não precisa responder agora, amanhã à noite voltarei para saber a resposta.
Após falar isso, desapareceu. Carlinhos levantou bem cedinho, seus pais já tinha ido
trabalhar. Olhou nos livros da estante da sala e não encontrou nada sobre Albert Einstein. Foi para a escola e, quando lá chegou, foi logo perguntando para o seu professor de Ciências que lhe
respondeu:
– Este gênio do século XX teve uma infância solitária. Gostava de ler e ouvir música, não se identificando com as brincadeiras praticadas pelas outras crianças. Einstein sempre demonstrou grande
habilidade para a compreensão dos conceitos matemáticos. Com 12 anos, aprendeu sozinho geometria euclidiana e, quando se mudou para Milão, em 1894, Einstein fez a leitura de inúmeros livros de
Ciências. Einstein sempre foi crítico dos métodos de ensino das escolas e, apesar de ter fraco resultado escolar, Einstein tinha uma enorme curiosidade em compreender o Universo. Apresentou uma
postura autodidata, afirmando que “preferiria suportar qualquer coisa ou castigo a ter que papaguear as coisas aprendidas, e autoclassificava-se como “livre-pensador fanático”. Por que quer
saber, Carlinhos?
– Por nada, professor; era só curiosidade.
Na madrugada, a fada chegou e perguntou-lhe a resposta.
Carlinhos respondeu com perfeição e entusiasmo.
– Muito bem, agora vamos à próxima pergunta: quem foi Rui Barbosa? Voltarei amanhã novamente.
E desapareceu como da outra vez.
No dia seguinte, Carlinhos encontrou a resposta no livro de escola e descobriu que Rui Barbosa era dotado de uma memória
privilegiada, acrescida de uma curiosidade intelectual insaciável, seus hábitos da leitura e da escrita foram se incorporando à sua vida de tal maneira que mesmo as horas de lazer eram dedicadas aos livros;
anotava e assinalava verbetes e assuntos, fixava ideias e frases, elaborava bibliografias, tudo que lhe interessasse e de que um dia viesse a precisar. Esse hábito, ele o desenvolveu ao longo da vida;
ajudou a exercitar sua memória e duplicou sua capacidade de trabalho. Quanto mais lia, mais impressionado ficava e, à noite, quando a fada apareceu, Carlinhos a esperava acordado e lhe mostrava o resultado da pesquisa. Muito contente, recebeu os parabéns da fada. A próxima pergunta foi sobre Machado de Assis. Pulou cedo no dia seguinte e, depois da aula, voltou até a biblioteca, onde obteve rapidamente a resposta desejada. Descobriu que Joaquim Maria Machado de Assis era um descendente de
escravos, seu pai trabalhava como pintor de paredes e a mãe, portuguesa, morreu quando ele tinha dez anos. Descobriu também que ele não teve educação formal, pois teve que começar trabalhar cedo para ajudar a família. Aprendeu a falar francês com um padeiro, já alemão e inglês aprendeu estudando sozinho. Achou engraçado, porque, assim como ele, o escritor também tinha uma caligrafia ruim que, às vezes, até ele tinha dificuldade de entender o que escrevia. Ficou perplexo ao saber que Machado de Assis era gago e tinha epilepsia. Como das outras vezes, à noite a fada ouviu sobre a pesquisa. E fez a última pergunta:
– Quem foi Carlos Drummond de Andrade?
De manhã, Carlinhos foi até a biblioteca municipal e, depois de algum tempo, encontrou a resposta. Ficou surpreso ao descobrir que este grande escritor, aos 17 anos, tinha sido expulso do Colégio
Anchieta, em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, depois de um desentendimento com o professor de Português. Tinha a mania de picotar papel e tecidos.
Carlinhos aproveitou para pegar emprestados alguns livros na biblioteca, coisa que não fazia há muito tempo. À noite, a fada voltou e, depois de ouvir Carlinhos falar sobre Carlos Drummond de Andrade com entusiasmo que não se via há tempos, despediu-se.
Antes, porém, Carlinhos perguntou-lhe:
– Nossa, como você conseguiu fazer com que eu me interessasse pelos estudos novamente?
– Através destas pesquisas, você deve ter observado que todos tinham algo em comum, a determinação para ter sucesso, revelando acima de tudo sentimentos de medo, depressão e solidão, desinteresse pelas coisas ensinadas de forma comum, mas, e apesar disso, superaram suas dificuldades e conquistaram o mundo! Você só precisava de incentivo. O conhecimento é o pão que alimenta nosso espírito. Estude bastante, dedique-se e será feliz!
Graças à Fada da Luz, Carlinhos estudou muito e se tornou um mestre da Língua Portuguesa. E resolveu escrever um livro sobre um menino que conheceu uma linda fada que iluminou a sua vida.


Meir Almeida Alves Machado nasceu em Ipuã, cidade do interior de São Paulo, no dia 31 de agosto de 1966. Aos 45 anos de idade, publicou seu primeiro livro As aventuras de Samuca e sua turma, pela Biblioteca 24 horas, realizando seu sonho de infância.