sábado, 15 de novembro de 2014

LEITURAÇO, leituras simultâneas de obras africanas e afro-brasileiras


MURAL COM AS SINOPSES DOS LIVROS

ALUNOS FAZENDO INSCRIÇÃO PARA AS LEITURAS







Nesta sexta-feira, 14 de novembro, no período da manhã  com inicio as 8h30 a EMEF professora Marili Dias promoveu o LEITURAÇO, leituras simultâneas de obras africanas e afro-brasileiras, comemorando o Dia da Consciência Negra. 



A experiência de leitura envolveu cerca de 500 alunos  de 15 turmas do Ensino Fundamental  : Ciclo Interdisciplinar e Ciclo Autoral.

Professores conhecendo o acervo na JEIF





 
ALUNOS AGUARDANDO  O INICIO DA LEITURA
 




Para divulgação dos titulos enviados pela SME, foi promovido na JEIF dinâmica de grupo, onde os professores e Coordenação pedagógicas sentados em circulo puderam conhecer o titulo, ler para os colegas as sinopses e fazer comentários sobre as obras. Escolheram as histórias que queriam ler e registraram o emprestimo na sala de leitura.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

O livro sobre nada-Manoel de Barros




É mais fácil fazer da tolice um regalo do que da sensatez.
Tudo que não invento é falso.
Há muitas maneiras sérias de não dizer nada, mas só a poesia é verdadeira.
Tem mais presença em mim o que me falta.
Melhor jeito que achei pra me conhecer foi fazendo o contrário.
Sou muito preparado de conflitos.
Não pode haver ausência de boca nas palavras: nenhuma fique desamparada do ser que a revelou.
O meu amanhecer vai ser de noite.
Melhor que nomear é aludir. Verso não precisa dar noção.
O que sustenta a encantação de um verso (além do ritmo) é o ilogismo.
Meu avesso é mais visível do que um poste.
Sábio é o que adivinha.
Para ter mais certezas tenho que me saber de imperfeições.
A inércia é meu ato principal.
Não saio de dentro de mim nem pra pescar.
Sabedoria pode ser que seja estar uma árvore.
Estilo é um modelo anormal de expressão: é estigma.
Peixe não tem honras nem horizontes.
Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada; mas quando não desejo contar nada, faço poesia.
Eu queria ser lido pelas pedras.
As palavras me escondem sem cuidado.
Aonde eu não estou as palavras me acham.
Há histórias tão verdadeiras que às vezes parece que são inventadas.
Uma palavra abriu o roupão pra mim. Ela deseja que eu a seja.
A terapia literária consiste em desarrumar a linguagem a ponto que ela expresse nossos mais fundos desejos.
Quero a palavra que sirva na boca dos passarinhos.
Esta tarefa de cessar é que puxa minhas frases para antes de mim.
Ateu é uma pessoa capaz de provar cientificamente que não é nada. Só se compara aos santos. Os santos querem ser os vermes de Deus.
Melhor para chegar a nada é descobrir a verdade.
O artista é erro da natureza. Beethoven foi um erro perfeito.
Por pudor sou impuro.
O branco me corrompe.
Não gosto de palavra acostumada.
A minha diferença é sempre menos.
Palavra poética tem que chegar ao grau de brinquedo para ser séria.
Não preciso do fim para chegar.
Do lugar onde estou já fui embora.
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Manoel Wenceslau Leite de Barros foi um poeta brasileiro do século XX, pertencente, cronologicamente à Geração de 45, mas formalmente ao pós- Modernismo brasileiro, se situando mais próximo das vanguardas Nascimento: 19 de dezembro de 1916, Mato Grosso              Falecimento: 13 de novembro de 2014