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domingo, 15 de abril de 2018

A vida pede ajuda - Daniel Rama





Oh ser humano, o que aconteceu com você?
Esqueceu dos seus valores e amores?
Prefere viver os prazeres passageiros que destroem e trazem dores?
O mundo vai mal e toda a natureza está a morrer!
Tudo pelo egoísmo do ser humano que não quer ver.
A matança já está aí há muito tempo!
Matamos índios…
Matamos animais…
Matamos as florestas…
Matamos os rios…
Matamos os oceanos…
Matamos a nós mesmos!
Simplismente matamos com as nossas atitudes e falta de atitudes.
Produzimos toneladas de lixo com o consumismo!
Derrubamos árvores para dar lugar a prédios…
Sujamos as praias e florestas onde o ser humano deixa seus rastros, infectando a pureza da natureza.
As escolas nada ensinam sobre salvar a vida que ruma para a sua extinção…
Criam mais robôs que tem como meta ganhar dinheiro para consumir e destruir o planeta.
Somos uma fábrica de fazer gente,
Crianças fazendo sexo e tendo filhos.
A televisão induzindo a serem precoces…
Quanto mais cedo amadurecerem, mais consumo.
Quanto mais gente na Terra, melhor!
Nos tornamos o gado,
O sistema tem que nos engordar rápido com suas porcarias de comidas venenosas para que fiquemos doentes.
Quanto mais gente doente, mais consumo de remédios,
A conspiração existe sim!
Somos manipulados… vigiados… assassinados!
Já estamos secos por dentro!
O ser humano está acabando com a água do planeta e não consegue derramar sequer uma lágrima dos olhos.
Um desmatamento interno tomou conta da nossa espécie que está doente há muito tempo!
Racionais?
Aprendemos a pensar errado!
Sentimentos?
Não sabemos sentir a sutileza da vida!
Somos uma espécie doente,
Doentes gerando doentes.
Não sabemos mais quem somos…
A mídia nos manipulou!
O sistema nos moldou!
Nos tornamos robôs!
O ser humano prefere mentir para si mesmo fechando os olhos para o pedido de ajuda da natureza e dos animais.
Eles gritam a todo instante, suplicam para que nós paremos com esta loucura.
Fechemos os olhos por um instante para que possamos escutá-los!
Não adianta querer falar com Deus…
Não adianta querer escutar Deus se não temos sequer a sensibilidade de ajudar nossos irmãos animais e nossa mãe natureza, onde Deus fala através deles.
Não adianta falar de paz… não adianta pedir paz se nossas atitudes não são de paz na Terra.
E assim a violência cada vez mais avançará!
E não é só os animais e a natureza que sofrem e pedem ajuda.
O ser humano vive triste, com depressão, insônia, com câncer, diabetes e milhares de doenças, pois a vida perdeu o sentido.
Quando nossa alma está triste, somatizamos isso para o nosso corpo físico.
Escutemos os pedidos da nossa alma que nada quer de bens materiais!
Escutemos em silêncio o que a vida tem a nos dizer.
A nossa única salvação é o coração!
Temos que aprender a escutá-lo!
Escutemos a batida da vida que pulsa dentro de nós!
Podemos mudar nossas atitudes, mas para isso precisamos parar.
Romper com tudo o que foi imposto e implantado dentro de nós!
A nossa maior missão é salvar a nós mesmos… é resgatar o nosso ser que está acorrentado e amordaçado.
A mudança do mundo depende de cada um de nós… de simples atitudes que somadas a outras pessoas, transformarão o mundo no paraíso que não está no céu, mas sim aqui e agora e se chama planeta Terra… se chama Natureza!
Somos filhos dela!
Na era da informação não muda quem não quer!
Quando o fim chegar não haverá desculpas e nem perdão, somente consequências dos nossos atos e ninguém poderá dizer que não sabia de nada!
Despertemos já para a vida!

SOBRE O AUTOR

Daniel Rama é coordenador da Rádio Praia e responsável pelo Projeto Gatinho Zen que cuida de gatos de rua em Arraial d'Ajuda, Bahia. Formado pela tradicional escola Humaniversidade Holística comoTerapeuta Corporal Tântrico, Reiki, Deeksha, Curadores Energéticos entre muitos outros.Fez parte do transformador curso Anima Soma.Ministra curso de massagens e autoconhecimento para casais, além de divulgar e introduzir o vegetarianismo e veganismo a todas as pessoas que o procuram.Possui outro Projeto chamado Aldeia do Despertar, onde leva para diversos locais do Brasil seu espaço de música, cultura alternativa, consciência, relaxamento, cura e redução de danos. Teve seu projeto instalado em grande eventos como a Mystic Fair e Virada Esotérica.Participou do Festival Mundial da Paz, Festival Universo Paralello entre muitos outros levando mantras ao chill out.
Coordenou o espaço de Cura no Festival Mundo de Oz por duas edições.

domingo, 23 de outubro de 2016

Poema: Não há vagas – Ferreira Gullar

Não há vagas
O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
– porque o poema, senhores,
está fechado:
“não há vagas”
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema, senhores,
não fede
nem cheira.



Este poema escrito em 1963 ( ano em que eu nasci), pode ser analisado a partir de diferentes leituras as quais são influenciadas pelo cotidiano vivenciado por cada leitor;assim como, pelo olhar crítico e outros conhecimentos daqueles que tem formação técnica para tal análise. Embora escrito em 1963, mais de cinco décadas, expressa muito bem a realidade que estamos vivendo, de uma sociedade pobre , com um mercado de trabalho em crise e uma economia estagnada.

domingo, 13 de março de 2016

E AGORA JOSÉ? Carlos Drummond de Andrade




A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio  e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?

segunda-feira, 7 de março de 2016

Poema de sete faces-Carlos Drummond de Andrade



Poema de sete faces

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do -bigode,
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.
 
 De Alguma poesia (1930)



Carlos Drummond de Andrade , nascido em 31 de outubro de 1902, em Minas Gerais, numa cidade chamada Itabira, a qual permeou parte de sua obra. Herdou do Modernismo a liberdade linguística, o verso livre, o metro livre e as temáticas cotidianas. Affonso Romano de Sant'ana costuma estabelecer a poesia de Carlos Drummond a partir da dialética "eu x mundo", desdobrando-se em três atitudes:
Eu maior que o mundo — marcada pela poesia irônica
Eu menor que o mundo — marcada pela poesia social
Eu igual ao mundo — abrange a poesia metafísica


quarta-feira, 7 de outubro de 2015

O valioso tempo dos maduros



Contei meus anos e descobri que terei
menos tempo para viver daqui
para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.

Sinto-me como aquele menino que
recebeu uma bacia de cerejas.As primeiras,
ele chupou displicente, mas percebendo
que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam
egos inflamados. Inquieto-me com invejosos
tentando destruir quem eles admiram,
cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para conversas intermináveis,
para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias
que nem fazem parte da minha.

Já não tenho tempo para administrar melindres
de pessoas, que apesar da idade cronológica,
são imaturos.

Detesto fazer acareação de desafetos
que brigaram pelo majestoso cargo de secretário
geral do coral. ? As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos? 
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, 
quero a essência, minha alma tem pressa?
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado
de gente humana, muito humana;
que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com
triunfos, não se considera eleita antes da hora,
não foge de sua mortalidade, caminhar perto de
coisas e pessoas de verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!.

AUTOR DO POEMA: 
http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/3182732
Leia este link , artigo sobre a autoria do poema ( polêmica)
Artigo de José Claudio Cacá

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

TENHO MEDO - Manoel Severino da Silva




Tenho medo da injustiça

Tenho medo dos rostos esquecidos
Tenho medo da hipocrisia da democracia racial
Tenho medo do discurso unilateral
Tenho medo do mundo de visão única
Tenho medo do mundo globalizado
Tenho medo de uma sociedade brutal
Tenho medo dos vivos que se alegram em matar
Tenho medo do pobre que se contenta em ser pobre
Tenho medo das crianças”invisíveis” para nós
Tenho medo do público subordinado ao privado
Tenho medo do político corrupto
Tenho medo de uma sociedade que cobra mais do que dá

Sim Senhores
Eu tenho medo dos exterminadores da esperança
Tenho medo da propagação da exploração da prostituição infantil
Da exploração do trabalho infantil
E, principalmente, tenho medo do mundo, onde só alguns têm vez.
Tenho medo de um mundo nas trevas
Sim, e simplesmente tenho medo porque sou humano. Não é o medo da morte.
È o medo da morte da esperança, da morte da mudança, da transformação.
E finalmente tenho medo de um mundo sem escola e medo de uma escola sem mundo.



Manoel Severino da Silva
È professor na Rede Municipal de Ensino de São Paulo – EMEF RECANTO DOS HUMILDES