domingo, 25 de março de 2012

CONTO DE FADAS DO SÉCULO XXI- Luís Fernando Veríssimo

Era uma vez... numa terra muito distante...uma princesa linda, independente e cheia de auto-estima. Ela se deparou com uma rã enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo era relaxante e ecológico... Então, a rã pulou para o seu colo e disse: linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Uma bruxa má lançou-me um encanto e transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir lar feliz no teu lindo castelo. A tua mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavar as minhas roupas, criar os nossos filhos e seríamos felizes para sempre... Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria, pensando consigo mesma: - Eu, hein?... nem morta!
ATENÇÃO!!! A CRÔNICA DE LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO- Trata-se de uma paródia dos contos de fadas tradicionais, uma vez que implicitamente há a intenção da subversão, da sátira e da crítica social. O QUE A CRONICA E O FILME TEM EM COMUM? No filme/desenho animado, apesar de continuar usando princesas, príncipes e bruxas (no caso, mestre vodu),não aposta mais no velho amor à primeira vista e isto é o ponto comum com a crônica.

O HOMEM NÚ - Fernando Sabino

Ao acordar, disse para a mulher: — Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum. — Explique isso ao homem — ponderou a mulher. — Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém. Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago. Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão. Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento. Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos: — Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa. Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro. Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares... Desta vez, era o homem da televisão! Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão: — Maria, por favor! Sou eu! Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão. Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer. — Ah, isso é que não! — fez o homem nu, sobressaltado. E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror! — Isso é que não — repetiu, furioso. Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar. Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador. Antes de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou descer? Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu. — Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si. Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho: — Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso. — Imagine que eu... A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito: — Valha-me Deus! O padeiro está nu! E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha: — Tem um homem pelado aqui na porta! Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava: — É um tarado! — Olha, que horror! — Não olha não! Já pra dentro, minha filha! Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta. — Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir. Não era: era o cobrador da televisão.

sábado, 24 de março de 2012

Capitu, afinal e finalmente

Roberto Gomes

Todos conhecem o teste de DNA. Até mesmo dona Pâmela, moradora do bairro, que passeia por estas ruas tranqüilas com seu cão dobermann, chamado Astolfo. Dia destes, estava ela conversando com o meu jardineiro, sendo senhora solitária e carente de companhia, e a surpreendi dizendo que muitos benefícios trouxera à humanidade “aquele teste de DNA inventado pelo Ratinho”.
Bom, ninguém é perfeito. Embora tenha feito faculdade de Estudos Sociais, nos tempos de universidade dona Pâmela andava demasiado ocupada com seu casamento para se aprofundar em questões médicas e biológicas.
Mas não lhe falta razão. De fato, o teste de DNA poderia ter resolvido muitos problemas, inclusive literários.
Se no século XIX houvesse o tal teste, mesmo sem televisão e o programa do Ratinho, os rumos da literatura brasileira seriam outros. O livro Dom Casmurro soaria falso ou teria que ser reescrito por Machado. Logo que Bentinho desconfiasse de sua esperta e atilada Capitu, ele cortaria uma mecha de seus cabelos, iria a um laboratório e descobriria, com erro de menos do que 2%, se aquele garoto com a cara do Escobar, o andar do Escobar, o jeito do Escobar, era ou não filho do Escobar.
Nesta hipótese, o romance – a não ser que o notável talento de Machado lhe desse outro destino – não ultrapassaria umas cinco páginas, viraria conto. Mas, aparentemente, muitos leitores e críticos literários ficariam satisfeitos por gozarem da certeza científica de que Capitu traiu (ou não traiu) Bentinho.
Tenho dúvidas se a literatura brasileira ganharia com isso. Acho até que este recurso à ciência – que fulminou fantasias humanas que nos faziam tanto bem – levaria Machado a engavetar Dom Casmurro.
Houvesse o recurso ao DNA, porém, inúmeras dissertações de mestrado, quilos de teses de doutorado, muitos artigos doutos teriam sido evitados. Vestibulandos não seriam obrigados a se torturar com as dúvidas do ciumento Bentinho e saberiam marcar a alternativa correta com exatidão científica. Economizaríamos litros de tinta e toneladas de papel.
No entanto, o jardineiro com quem dona Pámela trocava prosa na calçada aqui de casa, enquanto Astolfo, o dobermann, atacava os sacos de lixo e destruía o canteiro de begônias, disse uma coisa surpreendente. Ele puxara conversa dizendo-se preocupado com um vizinho que tinha dúvidas se aquele rapagão que tinha em casa era realmente seu filho. Por isto, quando dona Pâmela sugeriu o teste de DNA, ele se apoiou relaxadamente no rastelo, passou a mão no rosto e disse:
- Sei não, dona. Ele já se acostumou com a dúvida. Acho que gosta de viver desse jeito.
Não ouvi o resto da conversa. Segui minha caminhada, convencido de que este jardineiro é um craque em teoria literária.
Em primeiro lugar, não há como conferir um adultério cometido (ou não) numa história que só existiu na cabeça de Machado de Assis e que agora só existe em nossas cabeças. Que o autor provoca o leitor o tempo todo, não há dúvida, mas tentar resolver o problema objetivamente exigiria abandonar qualquer distinção entre ficção e realidade; Machado, no fundo, se diverte. Larga pelo caminho todas as pistas possíveis e escancara todas as possibilidades. Ao contrário, aliás, do teste de DNA, que só concede 2% ao opositor. Menos do que o emplasto inventado por Brás Cubas, que seria uma espécie de panacéia universal 100% infalível.
Ou seja, Machado não brinca com este adultério que houve (ou não houve), para nos legar uma charada inútil. Penso que escreveu este livro para nos advertir: isto é ficção, não é realidade. Grande lição.
Mas estou convencido de que o texto estrábico de Machado nos diz que Capitu traiu Bentinho. Dou razão ao Dalton Trevisan, o maior conhecedor de adultérios na literatura brasileira, que afirmou: “se Capitu não traiu Bentinho, então Machado de Assis é José de Alencar”.
Aliás, a frase de Dalton me permite especular. Mário de Alencar, filho de José de Alencar, tinha a cara do Machado de Assis. E aquela inglesa, Giorgiana Cochrane, a Senhora do Alencar, não era de se jogar fora.

Todos os livros são um só livro

A leitura é uma coisa exigente. Você pode dirigir o seu carro ouvindo música. Pode ouvir música andando, entre várias pessoas. Pode ver uma exposição de quadros ao lado de muita gente. Pode folhear um livro com reproduções de obras de arte e escutar música ao mesmo tempo. Mas a leitura exige uma solidão, uma concentração. Exige que você se desligue do resto do mund...o. Algumas pessoas — eu inclusive — não conseguem ouvir música enquanto lêem. A música atrapalha, interfere na própria música do texto. Então, a leitura é uma coisa muito exigente. Mas é uma experiência de individualidade, de subjetividade. Ela exige esse isolamento. E o processo fundamental da leitura é certa descoberta que você faz de si mesmo. Um processo de descoberta que dura o resto da sua vida. Nesse sentido, todos os livros são um livro só. Você vai lendo, lendo e lendo e, no fundo, está tentando descobrir quem você é, afinal. É um processo contínuo, que não cessa nunca. O processo da leitura é este: um contato de você com você mesmo. Um processo de autotransformação. Escrito por Roberto Gomes

domingo, 18 de março de 2012

CONTO DE MISTÉRIO -Sérgio Porto - Stanislaw Ponte Preta

ALUNOS E VISITANTES ,MAIS UM DESAFIO NO NOSSO CLUBE!!!!!

QUAL O NOME DO CONTO?
O QUE SERÁ QUE ESTE HOMEM CONSEGUIU?

LEIA O CONTO

Com a gola do paletó levantada e a aba do chapéu abaixada, caminhando pelos cantos escuros, era quase impossível a qualquer pessoa que cruzasse com ele ver seu rosto. No local combinado, parou e fez o sinal que tinham já estipulado à guisa de senha. Parou debaixo do poste, acendeu um cigarro e soltou a fumaça em três baforadas compassadas.   Imediatamente um sujeito mal-encarado, que se encontrava no café em frente, ajeitou a gravata e cuspiu de banda.
         Era aquele. Atravessou cautelosamente a rua, entrou no café e pediu um guaraná. O outro sorriu e se aproximou:
         Siga-me! - foi a ordem dada com voz cava. Deu apenas um gole no guaraná e saiu.          
O outro entrou num beco úmido e mal-iluminado e ele - a uma distância de uns dez a doze passos - entrou também.
         Ali parecia não haver ninguém. O silêncio era sepulcral. Mas o homem que ia na frente olhou em volta, certificou-se de que não havia ninguém de tocaia e bateu numa janela. Logo uma dobradiça gemeu e a porta abriu-se discretamente.
         Entraram os dois e deram numa sala pequena e enfumaçada onde, no centro, via-se uma mesa cheia de pequenos pacotes. Por trás dela um sujeito de barba crescida, roupas humildes e ar de agricultor parecia ter medo do que ia fazer. Não hesitou - porém - quando o homem
que entrara na frente apontou para o que entrara em seguida e disse:
 "É este".
         O que estava por trás da mesa pegou um dos pacotes e entregou ao que falara. Este passou o pacote para o outro e perguntou se trouxera o dinheiro. Um aceno de cabeça foi a resposta. Enfiou a mão no bolso, tirou um bolo de notas e entregou ao parceiro. Depois virou-se para sair. O que entrara com ele disse que ficaria ali.
         Saiu então sozinho, caminhando rente às paredes do beco. Quando alcançou uma rua mais clara, assoviou para um táxi que passava e mandou tocar a toda pressa para determinado endereço. O motorista obedeceu e, meia hora depois, entrava em casa a berrar para a mulher:
         - Julieta! Ó Julieta... consegui.
         A mulher veio lá de dentro euxugando as mãos em um avental, a sorrir de felicidade. O marido colocou o pacote sobre a mesa, num ar triunfal. Ela abriu o pacote e verificou que o marido conseguira mesmo. Ali estava: ???????????.............................(você sabe o que era? conta pra gente!) 
                                                                                                                           Sérgio Porto - Stanislaw Ponte Preta



sábado, 17 de março de 2012

A Noite Escura e Mais Eu - Lygia Fagundes Telles


Título: A Noite Escura e Mais Eu

Autor: Lygia Fagundes Telles

Páginas: 108

Editora: Companhia das Letras

Assunto: Literatura, contos







O livro cujo título foi inspirado num poema de Cecília Meireles, é composto por nove contos:

1.Dolly
2.Você não acha que esfriou?
3.O crachá nos dentes
4.Boa noite, Maria
5.O segredo
6.Papoulas em feltro negro
7.A rosa verde
8.Uma branca sombra pálida
9.Anão de jardim


Todos são contados em primeira pessoa e destes nove contos, sete são contados pelo ponto de vista de mulheres das mais diversas idades. Já “O crachá nos dentes” é contado pelo ponto de vista de um cachorro e “Anão de jardim”, pelo ponto de vista de um, bem, anão de jardim.

O que mais me encantou em todos os contos é que nenhum deles a principal preocupação é contar uma história, neles o importante é ressaltar como a personagem se sente naquele momento de solidão, desamparo, medo.

Outro ponto fantástico dos contos é a forma como os pensamentos se desenrolam, me identifiquei totalmente como pode-se chegar de um ponto a outro aparentemente sem ligação, mas que na linha de pensamento faz todo o sentido.

E ao ler, no fim do livro, uma análise feita por Fábio Lucas é que me dei conta de um aspecto muito interessante também dos contos.

Assim como a narrativa não é o objetivo do conto, ter finais felizes também não é.
Não importa nem se busca que a personagem tenha uma inspiração ao término da história e se sinta melhor com aquela situação, nem que escape de um destino que parecia certo.

Importa sim, os sentimentos delas naquele recorte temporal, sejam meninas, jovens, idosas. Um livro de contos para se ler, reler, pensar, degustar.

 “O noivo da Matilde disse que três motivos podiam provocar um crime assim, ela esqueceu o terceiro mas não tem terceiro, o motivo é um só, a crueldade a crueldade a crueldade.” (página 25)

“Era alto demais o preço para escamotear a velhice, neutralizar essa velhice – até quando? Por favor, quero apenas assumir minha idade, posso?” (página 46)

“Entraram pela fresta, bisbilhotaram o avesso da pedra e depois saíram obedecendo a mesma formação, além de disciplinada a formiga é curiosa e essa curiosidade é que a faz eterna.” (página 105)

terça-feira, 13 de março de 2012

QUERIDOS ALUNOS, EU DEVERIA TER DITO ISTO NO NOSSO PRIMEIRO DIA DE AULA, MAS NUNCA É TARDE PARA EXPRESSAR NOSSOS SENTIMENTOS, SENDO ASSIM,

QUERO DIZER-LHES, O SEGUINTE: NESTE ANO DE 2012, ESPERO QUE VOCES SONHEM; PORQUE O SONHADOR É UM GUERREIRO QUE VÊ SUA PRÓPRIA VIDA COMO ALGUMA COISA INDESCRITÍVEL, INDEFINÍVEL E INDETERMINADA.
 ELE NÃO TEM LIMITAÇÃO.
NÃO TEM FORMA.
 AGARRA QUALQUER COISA QUE LHE VENHA DE ENCONTRO IGUALMENTE, COMO UM DESAFIO, E NUNCA PERDE SUA IMPARCIALIDADE MESMO QUE SEJA TERRIVELMENTE HUMILHADO.
O SONHADOR É CAPAZ DE USAR SEUS SONHOS COMO UM SALTO QUE O FAZ MERGULHAR NO INFINITO.
PARA SONHAR COMO UM GUERREIRO, É PRECISO SONHOS NOS QUAIS AGARRAMOS A RESPONSABILIDADE DE VIVER BEM.
SONHOS SÃO PRECIOSOS.
SENDO ASSIM, VAMOS SONHAR JUNTOS!!! E CONSTRUIR NOSSO ALBUM DE MOMENTOS SUBLIMES”.

OBRIGADA À TODOS POR FAZER DESTE CLUBE DE LEITURA UM LUGAR TÃO ESPECIAL E INTERESSANTE, ONDE PODEMOS EXPRESSAR NOSSAS OPINÕES E COMPARTILHAR IDÉIAS , IMPORTANTES PARA AMPLIAR NOSSO CONHECIMENTO E ESTREITAR NOSSOS LAÇOS DE AMIZADE.

COM MUITO AMOR E RESPEITO.
Professora Susete Mendes

domingo, 4 de março de 2012

INSCRIÇÕES ABERTAS- PROJETO 2012 - SALA DE LEITURA

AS INSCRIÇÕES DEVERÃO SER FEITA NO LINK DE COMENTÁRIO, ONDE O ALUNO DEVERÁ INFORMAR OS SEGUINTES DADOS: NOME COMPLETO,SÉRIE EM QUE ESTUDA. A OFICINA SÓ DISPÕE DE 20 VAGAS.

As orientações será realizada pela professora Orientadora da Sala de Leitura
Será convocada reunião com os pais/responsáveis dos alunos pré-selecionados através de comunicado enviado pelos gestores da escola.


As fichas de inscrição deverão ser entregues para as Professoras Orientadoras da Sala de Leitura.

Os alunos serão informados a data de início das oficinas, assim que concluirmos a seleção e organização de materiais e equipamentos necessários para desenvolvimento das atividades.
A partir das leituras dos livros, os alunos do projeto, se organizarão em grupos e planejarão uma atividade de Artes para releitura da obra( teatro, filme, fotografia, artesanato, dança, canto,etc ). Observação: os encontros ocorrerão 2 vezes por mês as sexta-feiras – das 12 às 13 – alunos período da tarde e das 14 às 15 – alunos do período da manhã

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Saudades

Saudades

Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...

Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...

Sinto saudades da minha infância,
do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...

Sinto saudades do presente,
que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro...
...
Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.

Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!

Daqueles que não tiveram
como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre!
...
Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!

...
Sinto saudades das coisas que vivi
e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade.

Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...
não sei onde...
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...

...
E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.

Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência...
Clarice Lispector

sábado, 18 de fevereiro de 2012

AS MASCARAS NO CARNAVAL...

MÁSCARAS

Seu ressurgimento deu-se na Renascença, quando voltou ao teatro com a redescoberta da comédia..Muitas  máscaras eram feitas em couro fino, costuradas na roupa branca, sendo as mais conhecidas as dos personagens Pierrot, Colombina e Arlequim. A Commedia dell’Arte inspirou o carnaval de Veneza, na Itália, que incorporou as máscaras.








CARNAVAL NO BRASIL
O carnaval é considerado uma das festas populares mais animadas e representativas do mundo. Tem sua origem no entrudo português, onde, no passado, as pessoas jogavam uma nas outras, água, ovos e farinha. O entrudo acontecia num período anterior a quaresma e, portanto, tinha um significado ligado à liberdade. Este sentido permanece até os dias de hoje no Carnaval.

HISTÓRIA DO CARNAVAL NO BRASIL
O entrudo chegou ao Brasil por volta do século XVII e foi influenciado pelas festas carnavalescas que aconteciam na Europa. Em países como Itália e França, o carnaval ocorria em formas de desfiles urbanos, onde os carnavalescos usavam máscaras e fantasias. Personagens como a Colombina, o Pierrot e o Rei Momo também foram incorporados ao carnaval brasileiro, embora sejam de origem européia.
No Brasil, no final do século XIX, começam a aparecer os primeiros blocos carnavalescos, cordões e os famosos "corsos". Estes últimos, tornaram-se mais populares no começo dos séculos XX. As pessoas se fantasiavam, decoravam seus carros e, em grupos, desfilavam pelas ruas das cidades. Está ai a origem dos carros alegóricos, típicos das escolas de samba atuais.
No século XX, o carnaval foi crescendo e tornando-se cada vez mais uma festa popular. Esse crescimento ocorreu com a ajuda das marchinhas carnavalescas. As músicas deixavam o carnaval cada vez mais animado.
A primeira escola de samba surgiu no Rio de Janeiro e chamava-se Deixa Falar. Foi criada pelo sambista carioca chamado Ismael Silva. Anos mais tarde a Deixa Falar transformou-se na escola de samba Estácio de Sá. A partir dai o carnaval de rua começa a ganhar um novo formato. Começam a surgir novas escolas de samba no Rio de Janeiro e em São Paulo. Organizadas em Ligas de Escolas de Samba, começam os primeiros campeonatos para verificar qual escola de samba era mais bonita e animada.
O carnaval de rua manteve suas tradições originais na região Nordeste do Brasil. Em cidades como Recife e Olinda, as pessoas saem as ruas durante o carnaval no ritmo do frevo e do maracatu. 
Os desfiles de bonecos gigantes, em Recife, são uma das principais atrações desta cidade durante o carnaval.
Na cidade de Salvador, existem os trios elétricos, embalados por músicas dançantes de cantores e grupos típicos da região. Na cidade destacam-se também os blocos negros como o Olodum e o Ileyaê, além dos blocos de rua e do Afoxé Filhos de Gandhi


FONTE: http://www.suapesquisa.com/carnaval/

domingo, 12 de fevereiro de 2012

A VELHA CONTRABANDISTA - Stanislaw Ponte Preta

Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega – tudo malandro velho – começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:
- Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros, que ela adquirira no odontólogo e respondeu:
- É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
- Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.
- Mas no saco só tem areia! – insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:
- Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?
- O senhor promete que não “espaia” ? – quis saber a velhinha.
- Juro – respondeu o fiscal.
-É...

O QUE SERÁ?

ESPERO A RESPOSTA DE VOCES!

MISS DOLLAR -Machado de Assis

MISS DOLLAR 
Era conveniente ao romance que o leitor ficasse muito tempo sem saber quem era Miss Dollar. Mas por outro lado, sem a apresentação de Miss Dollar, seria o autor obrigado a longas digressões, que encheriam o papel sem adiantar a ação. Não há hesitação possível: vou apresentar-lhes Miss Dollar.
Se o leitor é rapaz e dado ao gênio melancólico, imagina que Miss Dollar é uma inglesa pálida e delgada, escassa de carnes e de sangue, abrindo à flor do rosto dois grandes olhos azuis e sacudindo ao vento umas longas tranças louras. A moça em questão deve ser vaporosa e ideal como uma criação de Shakespeare; deve ser o contraste do roast-beef britânico, com que se alimenta a liberdade do Reino Unido. Uma tal Miss Dollar deve ter o poeta Tennyson de cor e ler Lamartine no original; se souber o português deve deliciar-se com a leitura dos sonetos de Camões ou os Cantos de Gonçalves Dias. O chá e o leite devem ser a alimentação de semelhante criatura, adicionando-se-lhe alguns confeitos e biscoitos para acudir às urgências do estômago. A sua fala deve ser um murmúrio de harpa eólia; o seu amor um desmaio, a sua vida uma contemplação, a sua morte um suspiro.
A figura é poética, mas não é a da heroína do romance.
Suponhamos que o leitor não é dado a estes devaneios e melancolias; nesse caso imagina uma Miss Dollar totalmente diferente da outra. Desta vez será uma robusta americana, vertendo sangue pelas faces, formas arredondadas, olhos vivos e ardentes, mulher feita, refeita e perfeita. Amiga da boa mesa e do bom copo, esta Miss Dollar preferirá um quarto de carneiro a uma página de Longfellow, coisa naturalíssima quando o estômago reclama, e nunca chegará a compreender a poesia do pôr-do-sol. Será uma boa mãe de família segundo a doutrina de alguns padres-mestres da civilização, isto é, fecunda e ignorante.
Já não será do mesmo sentir o leitor que tiver passado a segunda mocidade e vir diante de si uma velhice sem recurso. Para esse, a Miss Dollar verdadeiramente digna de ser contada em algumas páginas, seria uma boa inglesa de cinqüenta anos, dotada com algumas mil libras esterlinas, e que, aportando ao Brasil em procura de assunto para escrever um romance, realizasse um romance verdadeiro, casando com o leitor aludido. Uma tal Miss Dollar seria incompleta se não tivesse óculos verdes e um grande cacho de cabelo grisalho em cada fonte. Luvas de renda branca e chapéu de linho em forma de cuia, seriam a última demão deste magnífico tipo de ultramar.
Mais esperto que os outros, acode um leitor dizendo que a heroína do romance não é nem foi inglesa, mas brasileira dos quatro costados, e que o nome de Miss Dollar quer dizer simplesmente que a rapariga é rica.
A descoberta seria excelente, se fosse exata; infelizmente nem esta nem as outras são exatas. A Miss Dollar do romance não é a menina romântica, nem a mulher robusta, nem a velha literata, nem a brasileira rica. Falha desta vez a proverbial perspicácia dos leitores; Miss Dollar é ....
Estarei esperando a resposta de vocês.

domingo, 15 de janeiro de 2012

DESAFIO LITERÁRIO 2012

O TEXTO ABAIXO É DE UMA ESCRITORA MUITO CONHECIDA.
SE VOCE SABE QUEM É, POST UM COMENTÁRIO COM O NOME DELA.
NÃO VALE COLAR!

Temperamento impulsivo
       “Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade.
       Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. [...] Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei.”

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Último recurso - Clarice Lispector

A maior decepção é aquela que vem de quem menos esperamos.

Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer.

E ter entendido isso foi uma libertação feliz.


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

PRECISA-SE - Clarice Lispector

Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar.
P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilarecerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar.

Mario Quintana - O TEMPO

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
 
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

Que em 2012, Deus esteja dentro de NÓS!

Vocês sabem qual a origem da palavra ENTUSIASMO? Esta palavra nasceu na Grécia antiga. TUS (Thous) é a sílaba principal, porque significa Deus. A primeira sílaba, EN, significa “dentro de” , no sentido de transportar para dentro.  ENTHOUS significa que Deus entrou em alguém e que esta pessoa está inspirada por Deus. Segundo os gregos, só as pessoas entusiasmadas eram capazes de vencer os desafios do cotidiano, criar uma realidade ou modifica-la.O entusiasmo é componente fundamental para o sucesso de qualquer coisa que façamos em nossa vida, em qualquer campo, seja pessoal ou profissional. O entusiasmo nos leva a buscar a perfeição no que fazemos.  Estimula o nosso comprometimento, ou seja, a nossa entrega completa ao nosso objetivo, à nossa missão.  É a gente colocar o coração naquilo que está fazendo e assim, caprichar mais.Por isso, as pessoas entusiasmadas acreditam em si, agem com serenidade, alegria e firmeza. E acreditam igualmente nos outros entusiasmados. Não é o sucesso que traz o entusiasmo, é o entusiasmo que traz o sucesso. O entusiasmo é bem diferente do otimismo. Otimismo significa esperar que uma coisa dê certo. Entusiasmo é acreditar que é possível fazer dar certo!

sábado, 7 de janeiro de 2012

CORDEL ROMEU E JULIETA

Este Cordel é uma versão poética de uma das obras mais conhecidas da literatura universal, o drama teatral Romeu e Julieta, de William Shakespeare.

Escrito por Sebastião Marinho, grande nome do repente nordestino, e ilustrada por Murilo Silva, a adaptação poética da famosa peça é voltada, principalmente, para o público infantojuvenil. Sebastião Marinho soube extrair da peça shakespeariana toda a grandeza trágica.

Ao mesmo tempo, sua recriação traz elementos novos que mostram que o poeta não quis simplesmente apresentar uma cópia, em versos rimados, da obra explorada pelo cinema e pela própria literatura.

O autor do cordel, ao descrever a jovem Julieta, produziu estrofes primorosas, como esta:

A personificação De Vênus, Ísis, Latona.
Se Leonardo da Vinci Exagerou na Madona,
Deus acertou na beleza
Da jovem flor de Verona!
Sebastião Marinho da Silva nasceu em 10 de março de 1948, no Sítio Bonsucesso, Solânea, Paraíba. Ainda criança costumava assistir às apresentações dos mestres do repente no pé de serra em que nasceu. Desde a adolescência fez do repente profissão e, hoje, vivendo em São Paulo, dirige a União dos Cordelistas, Repentistas e apologistas do Nordeste – UCRAN.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O MESTRE NASCEU...

FELIZ NATAL!!!
O Mestre nasceu
Autor:Marco Lima
Ouve-se, ao longe, magnífica canção...

Rompendo a escuridão surge uma estrela...

A brisa leve espalha suave perfume no ar...

O Mestre nasceu!

O mundo precisa de paz...

A humanidade clama por justiça...

O homem se entristece, solitário e sem rumo...

O Mestre nasceu, trazendo notícias de um Deus justo e bom.

A humanidade tem sede de amor...

O mundo reclama fraternidade...

O homem se embrutece nas guerras...

O Mestre nasceu, e disse que é preciso amar o próximo como a si mesmo.

O homem contempla o céu e busca tesouros na Terra.

Quer a felicidade e se entrega às sensações passageiras.

Aspira ser livre e se prende a grilhões.

O Mestre nasceu, e falou dos caminhos que nos levam ao céu, afagou com ternura os deserdados da Terra e envolveu num abraço os sedentos de amor.

O ser humano cansado da luta e exaurido na dor tem sede de paz...

Procura um remanso seguro, mas esquece das lições que o Mestre deixou.

É preciso ter olhos de ver e ouvidos de ouvir...

O Mestre nasceu...

Como um sorriso na face da vida.

Como uma estrela desconhecida...

Como a beleza serena de Deus...

Nasceu o menino.

Como nasce o rio na fonte.

Como o sol por detrás do monte.

Nova esperança no mundo acendeu.

Como as causas que geram a vida.

Como a vida se enche de amor.

Como um plano do Criador.

A semear a sua força divina.

O Mestre nasceu!

Cantou a esperança, em poemas de luz...

Falou da justiça em versos de amor...

Ensinou a fraternidade com a força do exemplo...

Plantou diretrizes em sábias parábolas...

Falou de um Reino que não é daqui...

Enalteceu um Pai Nosso que é feito de amor.

Perdoou seus irmãos que o pregaram na cruz.

E espera até hoje quem o queira seguir...

O Mestre nasceu!

É Natal outra vez...