terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Qual livro você está lendo agora?



Caros amigos e amigas, leitores e visitantes, quero convidá-los a participar desta festa maravilhosa, fazendo o que um clube da leitura sugere.: Qual livro você está lendo agora?

Lá embaixo, nesta página, você verá um espaço para escrever comentários, e eu gostaria de convidá-lo a escrever nesse espaço a sua opinião sobre o livro que você está lendo neste momento.



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Por favor, ATENÇÃO:

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Vamos estabelecer juntos uma regra básica: antes de expressarem

as suas opiniões, peço que mencionem o título do livro,

o autor ou a autora, a editora e o número de páginas.

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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Um coração ardente, de Lygia Fagundes Telles



 

Nasceu e vive em São Paulo. Considerada pela crítica uma das mais importantes escritoras brasileiras, publicou ainda na adolescência o seu primeiro livro de contos, Porão e sobrado (1938). Estudou direito e educação física antes de se dedicar exclusivamente à literatura. Foi eleita para a Academia Brasileira de Letras em 1985 e em 2005 recebeu o Prêmio Camões, o mais importante da literatura de língua portuguesa.

Um coração ardente, de Lygia Fagundes Telles


Nestes contos escritos entre as décadas de 1950 e 1980 e selecionados pela própria autora, Lygia Fagundes Telles conduz o leitor ao âmago das angústias, sonhos e descobertas de seus personagens, cada um deles movido por um coração ardente. São, na maioria dos casos, histórias que se desenrolam na fronteira entre o real e o fantástico, a memória e a imaginação. Do rapaz que se apaixona inadvertidamente por uma prostituta à adolescente que presencia sem querer o encontro erótico de seu amado com outra, do menino que se vê privado de repente de seu cachorro de estimação à mulher que acha um dedo na areia da praia e engendra enredos possíveis para ele, as criaturas deste livro estão sempre às voltas com seus fantasmas verdadeiros ou imaginários. Senhora absoluta das técnicas literárias e do ritmo tenso da narrativa breve, a autora transita com sutil maestria das descrições de cenas e ambientes para a exploração do mundo interior de seus personagens, com os quais o leitor é levado a partilhar emoções e fantasias.

fonte:

sábado, 11 de janeiro de 2014

FELIZ ANIVERSÁRIO!





São 3 anos de encontros em nosso CLUBE, é com muito orgulho que faço este post.
Dia 21 de janeiro faz  três anos que este Blog nasceu, pela minha mão e cresceu com o carinho , colaboração, e  participação de todos nossos leitores. Contando atualmente com 5.000 visitas mensais e com 185 textos (poesias,contos,crônicas,etc) publicados.
 Nascido com o objetivo de ser o blog oficial da Sala de Leitura da EMEF Professora Marili Dias tornou-se rapidamente uma referencia em nossa escola, na rede de ensino de escolas públicas e particulares e para apreciadores da literatura.
Nestes três anos fizeram parte de nossas publicações diversos gêneros textuais, todos sempre com o intuito de emocionar e mostrar como é prazerosa a leitura.
Lendo os comentários postados por nossos seguidores, procuramos sempre ir mais além e escrever  sobre o melhor da literatura, ou pelo menos tentar...?!.
Espero,  sinceramente que o futuro nos permita amadurecer ainda mais e com isso crescer, tendo sempre em foco as exigências dos nossos leitores, que são quem nos avalia e permitem ponderar sobre as nossas vitórias ou erros.
Fica o agradecimento especial a todos os nossos leitores, mais assíduos ou não, mas que o fazem com todo carinho e dedicação.
Professora Susete Mendes
Janeiro/2014

Vento - Uma História Soprada Por Elma



... Sabe quando a gente pega um livro e ele é tão doce, tão delicado, tão meigo… que não sabemos nem como começar a escrever sobre ele?

Assim é VENTO … uma história soprada por Elma…

Amo livros sem palavras porque eles nos permitem explorar as ilustrações com as crianças! E, então… cada um vai contando sua versão que, na realidade, é a maneira como cada desenho toca a gente.

O livro começa com uma mãe que traz uma bacia na cabeça com seus três filhos dentro!

Mas aí… “OPS“… o vento leva as crianças!!

E, assim, se incia essa viagem encantadora onde eles pegam carona com ventos, passarinhos e elefantes!!! Elefantes??!! Sim! Elefantes que voam… voam na imaginação dessas crianças que, para mim, estão brincando na bacia e imaginando essa aventura…

E pra você?? Como será que sua imaginação vai contar sobre esse VENTO??

Lindo D+! Delicado como a brisa que soprou na imaginação de Elma e a fez desenhar essa história …

Indicação: a partir de 2 anos até +/- 100 anos

VENTO é um livro sem texto, só de imagens, para que as crianças, e também os adultos, exercitem a imaginação, possibilitando a chegada de muitos outros ventos.
Editora: Global

Dica : CUCA DE GENTE MIUDA-https://www.facebook.com/CucadeGenteMiuda

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

SABE O QUE É UM PALÍNDROMO?

 NÃO?!


Um palíndromo é uma palavra ou um número que se lê da mesma maneira nos dois sentidos, normalmente, da esquerda para a direita e ao  contrário.

Exemplos:

OVO, OSSO, RADAR.
O  mesmo se aplica às frases, embora a coincidência seja tanto mais difícil de conseguir quanto maior a frase;
é o caso do  conhecido:


SOCORRAM-ME, SUBI NO ONIBUS EM MARROCOS.( LEIA A FRASE ACIMA AO CONTRÁRIO ).
Diante do interesse pelo assunto (confesse, já leu a frase ao contrário), tomei a liberdade de seleccionar alguns dos melhores palíndromos da  língua de Camões... Se souber de algum, acrescente e passe adiante.

ANOTARAM A DATA DA MARATONA

ASSIM A AIA IA A MISSA

A DIVA EM ARGEL ALEGRA-ME A VIDA

A DROGA DA GORDA

A MALA NADA NA LAMA

A TORRE DA DERROTA

LUZA ROCELINA, A NAMORADA DO MANUEL, LEU NA MODA DA ROMANA:
ANIL  É COR AZUL

O CÉU SUECO

O GALO AMA O LAGO

O LOBO AMA O BOLO

O ROMANO ACATA AMORES A DAMAS AMADAS E ROMA ATACA O NAMORO

RIR, O BREVE VERBO RIR

A CARA RAJADA DA JARARACA

SAIRAM O TIO E OITO MARIAS

ZÉ DE LIMA RUA LAURA MIL E DEZ
     
 
ISSO É QUE É CULTURA!!!!



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Sabem o que é tautologia?

É o termo usado para definir um dos vícios de linguagem.
Consiste na repetição de uma ideia, de maneira viciada, com palavras diferentes, mas com o mesmo sentido.
O exemplo clássico é o famoso 'subir para cima' ou o 'descer para baixo'.

Mas há outros, como pode ver na lista a seguir:

- elo de ligação
- acabamento final
- certeza absoluta
- quantia exacta
- nos dias 8, 9 e 10, inclusive
- juntamente com
- expressamente proibido
- em duas metades iguais
- sintomas indicativos
- há anos atrás
- vereador da cidade
- outra alternativa
- detalhes minuciosos
- a razão é porque
- anexo junto à carta

- de sua livre escolha
- superávit positivo
- todos foram unânimes
- conviver junto
- fato real
- encarar de frente
- multidão de pessoas
- amanhecer o dia
- criação nova
- retornar de novo
- empréstimo temporário
- surpresa inesperada
- escolha opcional
- planear antecipadamente
- abertura inaugural
- continua a permanecer
- a última versão definitiva
- possivelmente poderá ocorrer
- comparecer em pessoa
- gritar bem alto
- propriedade característica
- demasiadamente excessivo
- a seu critério pessoal
- exceder em muito

Note que todas essas repetições são dispensáveis.

Por exemplo, 'surpresa inesperada'.

Fique atento às expressões que utiliza no seu dia-a-dia.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Tempo Certo - Paulo Coelho



"De uma coisa podemos ter certeza: de nada adianta querer apressar as coisas; tudo vem ao seu tempo, dentro do prazo que lhe foi previsto. Mas a natureza humana não é muito paciente. Temos pressa em tudo e aí acontecem os atropelos do destino, aquela situação que você mesmo provoca, por pura ansiedade de não aguardar o tempo certo. Mas alguém poderia dizer: Qual é esse tempo certo?"


Segundo o dicionário Houaiss, tempo, conceitualmente, é a duração relativa das coisas que cria no ser humano a ideia de presente, passado e futuro.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

HISTÓRIA DO NATAL


Origem do Natal

Natal (com inicial maiúscula) é o nome da festa religiosa cristã que celebra o nascimento de Jesus Cristo, a figura central do Cristianismo. O dia de Natal, 25 de dezembro, foi estipulado pela Igreja Católica no ano de 350 através do Papa Julio I, sendo mais tarde oficializado como feriado. A Bíblia não diz nada sobre o dia exato em que Jesus nasceu e por isso a comemoração do Natal não fazia parte das tradições cristãs no início. O Natal começou a ser celebrado para substituir a festa pagã da Saturnália, que por tradição acontecia entre 17 e 25 de dezembro. A comemoração do Natal em substituição da Saturnália foi uma tentativa de facilitar a aceitação do cristianismo entre os pagãos.

História do Natal

A história do Natal está descrita na Bíblia, nos evangelhos de Mateus e Lucas. De acordo com a história do Natal descrita na Bíblia, Jesus nasceu em Belém, em um estábulo.
"E aconteceu naqueles dias que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse (Este primeiro alistamento foi feito sendo Quirino presidente da Síria). E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. E subiu também José da Galiléia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém (porque era da casa e família de Davi), A fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem. Ora, havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam, durante as vigílias da noite, o seu rebanho. E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor. E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo: Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos será por sinal: Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura. E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens". (Lucas 2:1-14)
 
 
FONTE:http://www.significados.com.br/

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Que seja…


Se for para esquentar, que seja o sol;
Se for para enganar, que seja o estômago;
Se for para chorar, que seja de alegria;
Se for para mentir, que seja a idade;
Se for para roubar,que se roube um beijo;
Se for para perder,que seja o medo;
Se for para cair,que seja na gandaia;
Se existir guerra, que seja de travesseiros;
Se existir fome,que seja de amor;
Se for para ser feliz, que seja o tempo todo!!





*autor desconhecido

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Casa Arrumada - Lena Gino

Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:
Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras
e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas,
que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante, passaporte
e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca
ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.


Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.

domingo, 8 de dezembro de 2013

ESPERAR? Fabio Augusto Machado


ESPERAR?
(Fabio Augusto Machado)

Esperar, esperar e esperar...
Que vantagem isso pode trazer?
É preciso agir, fazer acontecer!
Se não depois, vai se arrepender!

Esperar é uma arte!
Que requer dedicação....
Mas agir é a melhor parte!
Se não, espere frustração...

Esperar... Espero!
Nada ocorre, então me desespero!
Mas e a fé em Deus, como fica?
Então eu oro, peço e aguardo...
Mas se as sementes não plantei,
então responda: O que colherei?

Não basta plantar,
é preciso regar!
Confie em Deus,
e Ele fará prosperar!
Já plantou? Já Regou?
Então agora, é esperar...
 Fabio  Machado

Professor de Geografia, Mágico e poeta.
Toda este talento na nossa escola EMEF Professora Marili Dias

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

O velho do Oásis


 

 

Há uma popular lenda do Próximo Oriente, que um jovem chegou à beira de um oásis junto a um povoado e, aproximando-se de um velho, perguntou-lhe:

- Que tipo de pessoas vivem neste lugar?

- Que tipo de pessoas viviam no lugar de onde veio? - perguntou por sua vez o ancião.

- Oh, um grupo de egoístas e perversos - replicou o rapaz - estou satisfeito de ter saído de lá.

- A mesma coisa haverá de encontrar por aqui - replicou o velho.

 

No mesmo dia, um outro jovem se acercou do oásis para beber água e vendo o ancião perguntou-lhe:

- Que tipo de pessoas vivem por aqui?

O velho respondeu com a mesma pergunta:

- Que tipo de pessoas viviam no lugar de onde você veio?

O rapaz respondeu:

- Eram pessoas maravilhosas, amigas, honestas, hospitaleiras. Fiquei muito triste por ter de deixá-las.

- O mesmo encontrará por aqui - respondeu o ancião.

Um homem que havia escutado as duas conversas perguntou ao velho:

- Como é possível dar respostas tão diferentes à mesma pergunta?

Ao que o velho respondeu:

- Cada um carrega no seu coração o meio ambiente em que vive. Aquele que nada encontrou de bom nos lugares por onde passou, não poderá encontrar outra coisa por aqui. Aquele que encontrou amigos ali, também os encontrará aqui, porque, na verdade, a nossa atitude mental é a única coisa na nossa vida sobre a qual podemos manter controle absoluto.

Para onde nós formos, levaremos os nossos pensamentos.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Conto de Natal - Rubem Braga

           
            Sem dizer uma palavra, o homem deixou a estrada andou alguns metros no pasto e se deteve um instante diante da cerca de arame farpado. A mulher seguiu-o sem compreender, puxando pela mão o menino de seis anos.

— Que é?

O homem apontou uma árvore do outro lado da cerca. Curvou-se, afastou dois fios de arame e passou. O menino preferiu passar deitado, mas uma ponta de arame o segurou pela camisa. O pai agachou-se zangado:

— Porcaria...

Tirou o espinho de arame da camisinha de algodão e o moleque escorregou para o outro lado. Agora era preciso passar a mulher. O homem olhou-a um momento do outro lado da cerca e procurou depois com os olhos um lugar em que houvesse um arame arrebentado ou dois fios mais afastados.

— Péra aí...

Andou para um lado e outro e afinal chamou a mulher. Ela foi devagar, o suor correndo pela cara mulata, os passos lerdos sob a enorme barriga de 8 ou 9 meses.

— Vamos ver aqui...

Com esforço ele afrouxou o arame do meio e puxou-o para cima.

Com o dedo grande do pé fez descer bastante o de baixo.

Ela curvou-se e fez um esforço para erguer a perna direita e passá-la para o outro lado da cerca. Mas caiu sentada num torrão de cupim!

— Mulher!

Passando os braços para o outro lado da cerca o homem ajudou-a a levantar-se. Depois passou a mão pela testa e pelo cabelo empapado de suor.

— Péra aí...

Arranjou afinal um lugar melhor, e a mulher passou de quatro, com dificuldade. Caminharam até a árvore, a única que havia no pasto, e sentaram-se no chão, à sombra, calados.

O sol ardia sobre o pasto maltratado e secava os lameirões da estrada torta. O calor abafava, e não havia nem um sopro de brisa para mexer uma folha.

De tardinha seguiram caminho, e ele calculou que deviam faltar umas duas léguas e meia para a fazenda da Boa Vista quando ela disse que não agüentava mais andar. E pensou em voltar até o sítio de «seu» Anacleto.

— Não...

Ficaram parados os três, sem saber o que fazer, quando começaram a cair uns pingos grossos de chuva. O menino choramingava.

— Eh, mulher...

Ela não podia andar e passava a mão pela barriga enorme. Ouviram então o guincho de um carro de bois.

— Oh, graças a Deus...

Às 7 horas da noite, chegaram com os trapos encharcados de chuva a uma fazendinha. O temporal pegou-os na estrada e entre os trovões e relâmpagos a mulher dava gritos de dor.

— Vai ser hoje, Faustino, Deus me acuda, vai ser hoje.

O carreiro morava numa casinha de sapé, do outro lado da várzea. A casa do fazendeiro estava fechada, pois o capitão tinha ido para a cidade há dois dias.

— Eu acho que o jeito...

O carreiro apontou a estrebaria. A pequena família se arranjou lá de qualquer jeito junto de uma vaca e um burro.

No dia seguinte de manhã o carreiro voltou. Disse que tinha ido pedir uma ajuda de noite na casa de “siá” Tomásia, mas “siá” Tomásia tinha ido à festa na Fazenda de Santo Antônio. E ele não tinha nem querosene para uma lamparina, mesmo se tivesse não sabia ajudar nada. Trazia quatro broas velhas e uma lata com café.

Faustino agradeceu a boa-vontade. O menino tinha nascido. O carreiro deu uma espiada, mas não se via nem a cara do bichinho que estava embrulhado nuns trapos sobre um monte de capim cortado, ao lado da mãe adormecida.

— Eu de lá ouvi os gritos. Ô Natal desgraçado!

— Natal?

Com a pergunta de Faustino a mulher acordou.

— Olhe, mulher, hoje é dia de Natal. Eu nem me lembrava...

Ela fez um sinal com a cabeça: sabia. Faustino de repente riu. Há muitos dias não ria, desde que tivera a questão com o Coronel Desidério que acabara mandando embora ele e mais dois colonos. Riu muito, mostrando os dentes pretos de fumo:

— Eh, mulher, então “vâmo” botar o nome de Jesus Cristo!

A mulher não achou graça. Fez uma careta e penosamente voltou a cabeça para um lado, cerrando os olhos. O menino de seis anos tentava comer a broa dura e estava mexendo no embrulho de trapos:

— Eh, pai, vem vê...

— Uai! Péra aí...

O menino Jesus Cristo estava morto.


Texto extraído do livro "Nós e o Natal", Artes Gráficas Gomes de Souza - Rio de Janeiro, 1964, pág. 39.