sexta-feira, 18 de maio de 2012

A MÃO E A LUVA - Machado de Assis

...Marcado o casamento para dois meses depois, todo o tempo de intervalo foi despendido pelos noivos naquele deleitoso viver, que já não é o colóquio furtivo do simples namoro, nem é ainda a intimidade conjugal, mas um estado intermédio e consentido, em que os corações podem entornar-se livremente um no outro. Aqueles não tinham nada do amor extático e romanesco de Estêvão, mas amavam sinceramente, ela ainda mais do que ele, e tão feliz um como outro.
A gente que os conhecia comentou de todos os modos e feitios aquele caso inesperado, e a mais de um roeu a inveja do favor com que o céu tratara a Luís Alves.

...O casamento fez-se, enfim. As lágrimas que a baronesa derramou, quando viu Guiomar ligada para sempre, foram as mais belas jóias que lhe podia dar. Nenhuma mãe as verteu mais sinceras; e, seja dito em honra de Guiomar, nenhuma filha as recebeu mais dentro do coração.

Na noite do casamento, quem olhasse para o lado do mar, veria pouco distante dos grupos de curiosos, atraídos pela festa de uma casa grande e rica, um vulto de homem sentado sobre uma lájea que acaso topara ali, Quem está afeito a ler romances, e leu esta narrativa desde o começo, supõe logo que esse homem podia ser Estêvão. Era ele.
A alma de Estêvão sentiu uma necessidade cruel e singular, o gosto de revolver o ferro na ferida, uma coisa a que chamaremos - voluptuosidade da dor, em falta de melhor denominação. E foi para ali, contemplar com os
indiferentes e ociosos aquela casa onde reinava o gozo e a vida, e naquela hora que lhe afundava o passado e o futuro de que vivera. Não o retinha a constância do estóico; pela face emagrecida e pálida lhe corriam as lágrimas derradeiras, e o coração, colhendo as forças que lhe restavam, batia-lhe forte na arca do peito.

Defronte dele refulgia de todas as suas luzes a mansão afortunada; detrás batia a onda lenta e melancólica, e via-se o fundo da enseada, escuro e triste. Esta disposição do lugar servia ao plano que ele concebera, e era nada menos do que matar-se ali mesmo, quando já não pudesse sofrer a dor, espécie de vingança última que queria tomar dos que o faziam padecer tanto, complicando-lhes a felicidade com um remorso.
Mas...

FICOU CURIOSO(A)? LEIA O LIVRO

quarta-feira, 16 de maio de 2012

HIP HOP

O termo "hip" é usado no Inglês vernáculo afro-americano (AAVE) desde 1898, onde significa algo atual, que está acontecendo no momento; e "hop" refere-se ao movimento de dança. Keith "Cowboy" Wiggins e Grandmaster Flash são creditados com a primeira aplicação do termo hip hop, em 1978, ao mesmo tempo que Flash provocava um amigo que acabava de ingressar ao Exército dos Estados Unidos, proferindo as palavras "hip/hop/hip/hop", imitando a cadência rítmica dos soldados.[8] Mais tarde, Cowboy classificou a cadência uma das atividades para um MC fazer no palco.[9] Como os grupos frequentemente eram compostos por um DJ e um rapper, os artistas foram chamados de "hip-hoppers". O nome originalmente foi concebido como um sinal de desrespeito, mas logo veio a identificar-se com esta nova forma de música e cultura.
 História
O hip-hop emergiu em meados da década de 1970 nos subúrbios negros e latinos de Nova Iorque. Estes subúrbios, verdadeiros guetos, enfrentavam diversos problemas de ordem social como pobreza, violência, racismo, tráfico de drogas, carência de infra-estrutura e de educação, entre outros. Os jovens encontravam na rua o único espaço de lazer, e geralmente entravam num sistema de gangues, as quais se confrontavam de maneira violenta na luta pelo domínio territorial. As gangues funcionavam como um sistema opressor dentro das próprias periferias - quem fazia parte de algumas das gangues, ou quem estava de fora, sempre conhecia os territórios e as regras impostas por elas,devendo segui-las rigidamente.
Neste contexto, nasciam diferentes manifestações artísticas de rua, formas próprias, dos jovens ligados àquele movimento, de se fazer música, dança, poesia e pintura. Os DJs Afrika Bambaataa, Kool Herc e Grand Master Flash, GrandWizard Theodore, GrandMixer DST (hoje DXT), Holywood e Pete Jones, entre outros, observaram e participaram destas expressões de rua, e começaram a organizar festas nas quais estas manifestações tinham espaço - assim nasceram as Block Parties.
As gangues foram encontrando naquelas novas formas de arte uma maneira de canalizar a violência em que viviam submersas, e passaram a freqüentar as festas e dançar break, competir com passos de dança e não mais com armas. Essa foi a proposta de Afrika Bambaataa, considerado hoje o padrinho da cultura hip-hop, o idealizador da junção dos elementos, criador do termo hip-hop e por anos tido como "master of records" (mestre dos discos), por sua vasta coleção de discos de vinil.
Em 12 de novembro de 1973 foi criada a primeira organização que tinha em seus interesses o hip hop, cuja sede estava situada no bairro do Bronx. A Zulu Nation tem como objetivo acabar com os vários problemas dos jovens dos subúrbios, especialmente a violência. Começaram a organizar "batalhas" não violentas entre gangues com um objetivo pacificador. As batalhas consistiam em uma competição artística.

Hip Hop e a música eletrônica

Entre as diferentes manifestações artísticas do movimento hip hop, a música se insere como papel primordial para inúmeras variações existentes em nossos dias. Além dos DJs, MCs, das mixagens e do Rap, a bateria eletrônica e os sintetizadores complementaram o âmbito das discotecas. Tudo começou quando Afrika Bambaataa resolveu criar uma batida base para suas músicas inspirando-se num álbum do grupo musical criador do estilo techno, Kraftwerk. Surgia o eletrofunk, que por sua vez derivou-se em muitos outros estilos, como por exemplo, o miami bass e o freestyle.[13]

terça-feira, 15 de maio de 2012

A CARTOMANTE -Machado de Assis

...A cartomante não sorriu; disse-lhe só que esperasse. Rápido pegou outra vez as cartas e baralhou-as, com os longos dedos finos, de unhas descuradas; baralhou-as bem, transpôs os maços, uma, duas, três vezes; depois começou a estendê-las. Camilo tinha os olhos nela, curioso e ansioso.
— As cartas dizem-me...
Camilo inclinou-se para beber uma a uma as palavras. Então ela declarou-lhe que não tivesse medo de nada. Nada aconteceria nem a um nem a outro; ele, o terceiro, ignorava tudo. Não obstante, era indispensável mais cautela; ferviam invejas e despeitos. Falou-lhe do amor que os ligava, da beleza de Rita... Camilo estava deslumbrado. A cartomante acabou, recolheu as cartas e fechou-as na gaveta.
— A senhora restituiu-me a paz ao espírito, disse ele estendendo a mão por cima da mesa e apertando a da cartomante.
Esta levantou-se, rindo.
— Vá, disse ela; vá, ragazzo innamorato...
E de pé, com o dedo indicador, tocou-lhe na testa. Camilo estremeceu, como se fosse mão da própria sibila, e levantou-se também. A cartomante foi à cômoda, sobre a qual estava um prato com passas, tirou um cacho destas, começou a despencá-las e comê-las, mostrando duas fileiras de dentes que desmentiam as unhas. Nessa mesma ação comum, a mulher tinha um ar particular. Camilo, ansioso por sair, não sabia como pagasse; ignorava o preço.
— Passas custam dinheiro, disse ele afinal, tirando a carteira. Quantas quer mandar buscar?
— Pergunte ao seu coração, respondeu ela.
Camilo tirou uma nota de dez mil-réis, e deu-lha. Os olhos da cartomante fuzilaram. O preço usual era dois mil-réis.
— Vejo bem que o senhor gosta muito dela... E faz bem; ela gosta muito do senhor. Vá, vá tranqüilo. Olhe a escada, é escura; ponha o chapéu...
A cartomante tinha já guardado a nota na algibeira, e descia com ele, falando, com um leve sotaque. Camilo despediu-se dela embaixo, e desceu a escada que levava à rua, enquanto a cartomante alegre com a paga, tornava acima, cantarolando uma barcarola. Camilo achou o tílburi esperando; a rua estava livre. Entrou e seguiu a trote largo.
Tudo lhe parecia agora melhor, as outras cousas traziam outro aspecto, o céu estava límpido e as caras joviais. Chegou a rir dos seus receios, que chamou pueris; recordou os termos da carta de Vilela e reconheceu que eram íntimos e familiares. Onde é que ele lhe descobrira a ameaça? Advertiu também que eram urgentes, e que fizera mal em demorar-se tanto; podia ser algum negócio grave e gravíssimo.
— Vamos, vamos depressa, repetia ele ao cocheiro.
E consigo, para explicar a demora ao amigo, engenhou qualquer cousa; parece que formou também o plano de aproveitar o incidente para tornar à antiga assiduidade... De volta com os planos, reboavam-lhe na alma as palavras da cartomante. Em verdade, ela adivinhara o objeto da consulta, o estado dele, a existência de um terceiro; por que não adivinharia o resto? O presente que se ignora vale o futuro. Era assim, lentas e contínuas, que as velhas crenças do rapaz iam tornando ao de cima, e o mistério empolgava-o com as unhas de ferro. Às vezes queria rir, e ria de si mesmo, algo vexado; mas a mulher, as cartas, as palavras secas e afirmativas, a exortação: — Vá, vá, ragazzo innamorato; e no fim, ao longe, a barcarola da despedida, lenta e graciosa, tais eram os elementos recentes, que formavam, com os antigos, uma fé nova e vivaz.
A verdade é que o coração ia alegre e impaciente, pensando nas horas felizes de outrora e nas que haviam de vir. Ao passar pela Glória, Camilo olhou para o mar, estendeu os olhos para fora, até onde a água e o céu dão um abraço infinito, e teve assim uma sensação do futuro, longo, longo, interminável.
Daí a pouco chegou à casa de Vilela. Apeou-se, empurrou a porta de ferro do jardim e entrou. A casa estava silenciosa. Subiu os seis degraus de pedra, e mal teve tempo de bater, a porta abriu-se, e apareceu-lhe Vilela.
— Desculpa, não pude vir mais cedo; que há?
Vilela não lhe respondeu; tinha as feições decompostas; fez-lhe sinal, e foram para uma saleta interior. Entrando, Camilo não pôde sufocar um grito de terror...


O QUE SERÁ QUE ACONTECEU????????
Leia o Conto de Machado de Assis e descubra

segunda-feira, 30 de abril de 2012

FUNK - Afinal, qual é o papel desse estilo musical na sociedade?


Esta postagem não tem o objetivo de questionar o funk, se esse estilo é ou não maléfico, se acelera o desejo sexual dos jovens, se deve ser marginalizado ou glamurizado. Esta postagem quer apenas questionar até que ponto somos influenciados pela música, seja ela boa ou ruim . O interesse aqui é refletir sobre o que faz com que gostemos de determinada música, sua batida, sua letra ou seu simples marketing?
Sabemos que toda essa explosão relacionada ao funk  tem seus lados positivos, mesmo porque, nunca houve antes, no Brasil, uma associação tão grande de classes sociais em um único movimento. Essa proximidade, mesmo que para “se ligar na moda da vez”, pode ao menos encurtar as diferenças sociais em termos culturais.

O QUE É FUNK

Hoje, a música mais tocada nas emissoras e ouvida pelo grande público é a que tem algum tipo de apelo sensual, feito através da letra e de coreografias. O Funk  é um tipo de música de produção fácil, já que os funkeiros cantam em uma base rítmica, basicamente em cima do techno, e este detalhe fez com que fosse muito difundido, principalmente nas camadas mais pobres.

A ORIGEM DO FUNK


Segundo estudiosos, o funk originou-se do soul. Música produzida nos Estados Unidos, na década de 60, o soul é a união do rhythm and blues e do gospel, música protestante negra, que teve à frente músicos como James Brown e Ray Charles.

De acordo com o sociólogo Hermano Vianna, na sua dissertação de mestrado “O Baile Funk Carioca: Festas e Estilos de Vida Metropolitanos”, em 68, o soul já tinha se transformado em um termo vago e perdia a pureza revolucionária dos primeiros anos, passando a ser encarado por alguns músicos negros como mais um rótulo comercial. Ainda segundo Vianna, foi nessa época que a gíria funky, considerada uma espécie de palavrão, que significava mal-cheiroso e estranho, começou a ser motivo de orgulho para o negro. “Tudo podia ser funk: uma roupa, um bairro da cidade, o jeito de andar e a maneira de tocar musica, que ficou conhecida como funk”, segundo texto de Hermano Vianna. O soul, que agradava a maioria branca, acabou sendo radicalizado, com ritmos mais pesados e arranjos mais agressivos, levando o nome de funk.
O funk virou sinônimo de vulgaridade, pornografia e violência.Muitas são as matérias publicadas na mídia recente que mostram o lado negro dos bailes funk. Aquela imagem de uma quadra repleta de gente dançando, e geralmente meninas rebolando, quando observada mais de perto, pode assustar.
AFINAL, qual é o papel desse estilo musical na sociedade?

sábado, 21 de abril de 2012

TEATRO LEITOR???? FLUÊNCIA LEITORA

Com a prática, a leitura vai ficando mais fácil e, no fim, uma história que parecia chata pode se revelar muito interessante.
Para você entender o que está escrito é preciso ler com alguma fluência. Se perdemos tempo decifrando cada palavra, quando chegamos no final de uma frase, já esquecemos o começo. É preciso ler a frase novamente para entender seu significado. Com a prática, as pessoas passam a reconhecer as palavras cada vez mais rapidamente e vamos ganhando mais fluência na leitura. Assim, podemos compreender várias frases lendo apenas uma vez. Mesmo quando você já tem alguma prática e consegue ler com fluência, a velocidade da leitura vai depender do seu objetivo ao ler e das características do texto
Compreender não é a mesma coisa que memorizar. Você percebe que compreendeu um texto quando consegue lê-lo com mais facilidade numa segunda vez, ou quando lê com mais facilidade outros textos sobre o mesmo assunto. Isso mostra que você reteve a nova organização de idéias que a leitura proporcionou.
VEJA NO VIDEO ABAIXO, UM "TRECHINHO" DA LEITURA DE ALGUNS ALUNOS DAS 7ªS E 8ªs  EFII : Alex Douglas - 7A e Matheus Augusto - 7B, Laiane e Anelize - 7E, Jéssica e Juliane - 8A
Textos lidos: Cordel - A peleja de Zé pretinho do Tucum e Cego Aderaldo
                                      Via Crucis - Conto de Clarice Lispector
                                       Natal na Barca - conto de Lygia Fagundes Telles



domingo, 15 de abril de 2012

TERROR E FANTÁSTICO

Porque os adolescentes gostam tanto de terror e se deixam seduzir tanto pelo fantástico nas leituras?  O fascínio que têm por aquilo que muitas vezes deveria incomodá-los é ímpar. É um medo que os incita a devorar cada vez mais páginas...

A literatura fantástica proporciona ao leitor uma possibilidade de que existem outros mundos e outras formas alternativas de conhecer o universo fictício e a realidade alternativa. O termo Fantástico é recente. Faz pouco tempo que chamamos a literatura de ficção como tema fantástico. Pegou em sua essência o público interessado em fantasias como Senhor dos Anéis, Harry Potter e todas as categorias em que os jovens heróis lutam para salvar o seu mundo. No cinema existe uma grande variedade de filmes deste tipo. Histórias, que antigamente, se incluía nas produções da Disney como O Buraco Negro (que aqui também se chamou de Abismo Negro)  e A montanha encantada. Havia também outras produtoras que trouxeram muita fantasia para o cinema: História sem fim, Labirinto, Viagem Insólita, Stardust, War Games, Willow, O cristal encantado, A fantástica Fábrica de Chocolate e As Aventuras do Barão de Munchausen, entre outros. Claro que na literatura o leitor vai ter uma possibilidade maior do que no cinema onde os filmes sempre cortam algumas partes.
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Em Algum Lugar do Paraíso, de Luis Fernando Verissimo

LI, GOSTEI, INDICO....
Trecho de Em Algum Lugar do Paraíso, de Luis Fernando Verissimo O tempo não tem pontos fixos, o tempo é uma sombra que dá a volta na Terra. Ou a Terra é que dá voltas na sombra. Nossa única certeza é que será sempre a mesma sombra — o que não é uma certeza, é um terror. Na nossa fome de coordenadas no tempo nos convencemos até que dias da semana têm características. Que uma terça-feira, por exemplo, não serve para nada. Que terça é o dia mais sem graça que existe, sem a gravidade de uma segunda — dia de remorso e decisões — e o peso da quarta, que centraliza a semana (pelo menos em Brasília), ou a concentração da quinta, ou a frivolidade da sexta. Gostaríamos que passar pelos dias fosse como passar por meridianos e paralelos, a evidência de estarmos indo numa direção, não entrando e saindo da mesma sombra. Não passando por cada domingo com a nítida impressão de que já estivemos aqui antes. Já que não há coordenadas e pontos fixos no tempo, contentemo-nos com metáforas fáceis. O novo milênio se estende como um imenso pergaminho à nossa frente, esperando para ser preenchido. Podemos escolher nosso destino, desenhar nossos próprios meridianos e paralelos e prováveis novos mundos. É verdade que a passagem do tempo não se mede apenas pelo retorno dos domingos, também se mede pela degradação orgânica, e que a cada domingo estaremos mais perto daquela outra sombra, a que nunca acaba, suspiro e reticências. Nenhum de nós chegará muito longe no novo milênio. (Minha meta é chegar à Copa do Mundo de 2014, o que vier depois é gratificação.) Mas é bom saber que o novo milênio está aí, quase inteiro, à nossa espera. Nada a ver — ou tudo a ver, sei lá — mas feliz era Adão, o primeiro homem. Não porque estava no jardim do Paraíso, com tudo em volta para saciar sua fome e sua sede, mas porque não sabia do tempo e da morte. Vivia num eterno presente, num eterno domingo. O que vinha depois da passagem da sombra da noite não era o dia seguinte, era o mesmo dia, ou até o dia anterior, quem se importava? Adão, sozinho no Paraíso, era um homem feliz porque era um homem sem datas. Mas quando Deus colocou Eva ao lado de Adão, a primeira coisa que ela perguntou, ainda úmida da criação, só para puxar assunto, foi: “Que dia é hoje?”, e ele sentiu que sua paz terminara. Ele era um homem no tempo. Um homem com um ontem e um amanhã, e um futuro estendido à sua frente como um imenso pergaminho, esperando para ser preenchido. O tempo não foi a única novidade trazida por Eva ao jardim do Paraíso. Foi ela que, dias depois, colheu o fruto proibido, que os tornou, de uma só mordida, sexuais e mortais. E foi depois de comer o fruto proibido, quando a Terra entrou na sombra da noite e os dois se deitaram lado a lado, que Adão sentiu seu membro, que ele pensara que fosse só para fazer xixi, se mexer. E avisou a Eva: — É melhor chegar para trás porque eu não sei até onde este negócio cresce. Depois de ganhar uma mulher e descobrir o tempo e sua mortalidade, Adão descobriu seu próprio corpo. Que semana!

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Planeta sustentável - Literatura, arte e meio-ambiente

 
A  idéia surgiu  no ano passado: realizar um projeto que reunisse literatura, arte e meio-ambiente e gerasse conseqüências positivas  na conscientização dos alunos quanto a preservação do meio ambiente.  Para abraçar a causa, foi preciso mais do que atividades de artesanato com materiais recicláveis, foi feito leitura sobre coleta seletiva e pesquisas sobre o tempo de degradação dos diversos materiais na natureza.
O concurso promovido no Parque da Água Branca foi também um fator bastante decisivo para despertar o interesse da garotada. No ano passado participamos com esculturas africanas, uma releitura do Livro Contos africanos e ficamos em 4º lugar. Neste ano participamos com 2 projetos : Tabuleiro de xadrez e Baú de histórias recicladas com fantoches feitos de tecido e garrafa pet e um livrinho para estimular as crianças na hora da apresentação do Teatro de fantoche na sala de leitura. O Tabuleiro de Xadrez foi inspirado no projeto do professor de matemática, que estimulou a leitura de textos sobre a Origem deste jogo.
Todo o esforço da garotada, resultou num belo prêmio de 1º lugar no Concurso da 4ª Feira do Verde & Meio Ambiente , com direito a troféu, medalhas e uma poupança de trezentos reais para cada participante.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Leitura de gênero jornalístico nas aulas de Geografia

A professora Maria Ivone está realizando projeto de leitura de textos jornalísticos, como :crônicas, acontecimentos do cotidiano, gráficos e tabelas com dados econômicos e qualidade de vida, charrge,meio ambeinte e ecologia, dados que interferem na transfomação do espaço geográfico e organização social deste espaço;nas aulas de Geografia nas 6ªs e 8ªs séries do EFII. A professora também utiliza textos como crônicas e parábolas, estimulando o pensamento crítico e filosófico a respeito da realidade.


 

Segundo a professora , o objetivo é que o estudante possa a partir desta leitura perceber a realidade em que vive e as necessidades de mudança de postura para garantir uma sociedade mais justa e igualitária.
As aulas têm apresentado resultados positivos e produções de textos com reflexões dos alunos que mostram grande interesse na medida em que percebem-se neste contexto.




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Abaixo , Parábola Indiana, intitulada" O Cegos e o Elefante" e texto da aluna Jaqueceli Rocha Brito da 8ª D, produzido a partir desta parábola




REALIDADE  BRASILEIRA

por Jaqueceli Rocha Brito da 8ª D

O texto conta a história de seis amigos cegos que querem saber como é um elefante, ao sentirem o elefante, cada um tem uma versão diferente. Eles no entanto não sabiam que cada  um com a sua opinião formavam o elefante, então, começaram a discutir para ver quem estava certo. O dono do elefante ao ver que eles estavam brigando, explicou que cada um estava certo e ao mesmo tempo errados, pois cada um precisava um do outro para entender  como era de fato um elefante.Fazendo um analogia com a realidade brasileira, penso que é mais ou menos igual, pois para alguém conseguir fazer alguma coisa precisa da colaboração e ajuda de outros. Por exemplo: No campo da medicina é necessário que se faça novas pesquisas constantemente e para isso é necessário ajuda mútua. Às vezes o sistema é cego e não enxerga as oportunidades que as pessoas oferecem e algumas pessoas que não querem nem tentar para ajudar o país. Outras vezes, algumas pessoas não acreditam que podem conseguir mudar ou melhorar alguma coisa, sem bater de frente com o sistema e outros não acreditam em si mesmos para ao menos começar um projeto. Tem gente que sequer acredita que os estudos podem ajudar em alguma coisa para sua ascensão social, mas, temos que acreditar, tentar lutar e sonhar, temos que ser maior do que aqueles que estão no poder para conseguirmos mudar  situações resultantes de uma sociedade desigual e principalmente , temos que nos unir e querer transformar nossa realidade .

domingo, 1 de abril de 2012

AMOR DE ADOLESCENTES

Poesias diferentes
Geralmente, é na adolescência que surge o nosso primeiro amor. Com certeza vocês já ouviram falar da história de amor entre os jovens “Romeu e Julieta”. Assim como na ficção, na vida real também existem casais que lutam em busca do par perfeito. Aquele conjunto de sensações ao avistar a pessoa especial: os olhos brilham, a boca fica seca, a perna bamba, o coração dispara, é algo que não se consegue controlar.

Os relacionamentos afetivos se desenvolvem sempre dentro de um contexto social: a família, o grupo de amigos, a escola, a rua, a cidade, tendo contornos bastante definidos em cada uma das situações. Porém ser amado e amar são uma das coisas mais importantes nesta fase, sendo que muitos têm dificuldade em encontrar sua cara metade graças à timidez, mas atualmente este fator está se tornando cada vez mais raro por causa do ficar, pois ficar por ficar, sem compromisso é melhor ainda, mas não substitui o grande amor.

Autora: Fernanda Essado - Ponto Notícias


SONETO DA FIDELIDADE - Vinicius de Moraes

De tudo, ao meu amor serei atento
 Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim quando mais tarde me procure
 Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
 Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure

BALADA DO AMOR ATRAVÉS DAS IDADES


Eu te gosto, você me gosta
desde tempos imemoriais.
Eu era grego, você troiana,
troiana mas não Helena.
Saí do cavalo de pau
para matar meu irmão.
Matei, brigamos, morremos.


Virei soldado romano,
perseguidor de cristãos.
Na porta da catatumba
encontrei-te novamente.
Mas quando vi você nua
caída na areia do circo
e o leão que vinha vindo,
dei um pulo desesperado
e o leão comeu nós dois.

Depois fui pirata mouro,
flagelo da Tripolitânia.
Toquei fogo na fragata
onde você se escondia
da fúria do meu bergantim.
Mas quando ia te pegar
e te fazer minha escrava,
você fez o sinal da cruz
e rasgou o peito a punhal…
Me suicidei também.

Depois (tempos mais amenos)
fui cortesão de Versailles,
espirituoso e devasso.
Você cismou de ser freira…
Pulei muro de convento
mas complicações políticas
nos levaram à guilhotina.

Hoje sou moço moderno,
remo, pulo, danço, boxo,
tenho dinheiro no banco.
Você é uma loura notável,
boxa, dança, pula, rema.
Seu pai é que não faz gosto.
Mas depois de mil peripécias,
eu, herói da Paramount,
te abraço, beijo e casamos.

CURTIU? REGISTRE SUA OPINIÃO

domingo, 25 de março de 2012

CONTO DE FADAS DO SÉCULO XXI- Luís Fernando Veríssimo

Era uma vez... numa terra muito distante...uma princesa linda, independente e cheia de auto-estima. Ela se deparou com uma rã enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo era relaxante e ecológico... Então, a rã pulou para o seu colo e disse: linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Uma bruxa má lançou-me um encanto e transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir lar feliz no teu lindo castelo. A tua mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavar as minhas roupas, criar os nossos filhos e seríamos felizes para sempre... Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria, pensando consigo mesma: - Eu, hein?... nem morta!
ATENÇÃO!!! A CRÔNICA DE LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO- Trata-se de uma paródia dos contos de fadas tradicionais, uma vez que implicitamente há a intenção da subversão, da sátira e da crítica social. O QUE A CRONICA E O FILME TEM EM COMUM? No filme/desenho animado, apesar de continuar usando princesas, príncipes e bruxas (no caso, mestre vodu),não aposta mais no velho amor à primeira vista e isto é o ponto comum com a crônica.

O HOMEM NÚ - Fernando Sabino

Ao acordar, disse para a mulher: — Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum. — Explique isso ao homem — ponderou a mulher. — Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém. Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago. Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão. Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento. Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos: — Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa. Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro. Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares... Desta vez, era o homem da televisão! Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão: — Maria, por favor! Sou eu! Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão. Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer. — Ah, isso é que não! — fez o homem nu, sobressaltado. E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror! — Isso é que não — repetiu, furioso. Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar. Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador. Antes de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou descer? Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu. — Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si. Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho: — Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso. — Imagine que eu... A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito: — Valha-me Deus! O padeiro está nu! E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha: — Tem um homem pelado aqui na porta! Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava: — É um tarado! — Olha, que horror! — Não olha não! Já pra dentro, minha filha! Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta. — Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir. Não era: era o cobrador da televisão.

sábado, 24 de março de 2012

Capitu, afinal e finalmente

Roberto Gomes

Todos conhecem o teste de DNA. Até mesmo dona Pâmela, moradora do bairro, que passeia por estas ruas tranqüilas com seu cão dobermann, chamado Astolfo. Dia destes, estava ela conversando com o meu jardineiro, sendo senhora solitária e carente de companhia, e a surpreendi dizendo que muitos benefícios trouxera à humanidade “aquele teste de DNA inventado pelo Ratinho”.
Bom, ninguém é perfeito. Embora tenha feito faculdade de Estudos Sociais, nos tempos de universidade dona Pâmela andava demasiado ocupada com seu casamento para se aprofundar em questões médicas e biológicas.
Mas não lhe falta razão. De fato, o teste de DNA poderia ter resolvido muitos problemas, inclusive literários.
Se no século XIX houvesse o tal teste, mesmo sem televisão e o programa do Ratinho, os rumos da literatura brasileira seriam outros. O livro Dom Casmurro soaria falso ou teria que ser reescrito por Machado. Logo que Bentinho desconfiasse de sua esperta e atilada Capitu, ele cortaria uma mecha de seus cabelos, iria a um laboratório e descobriria, com erro de menos do que 2%, se aquele garoto com a cara do Escobar, o andar do Escobar, o jeito do Escobar, era ou não filho do Escobar.
Nesta hipótese, o romance – a não ser que o notável talento de Machado lhe desse outro destino – não ultrapassaria umas cinco páginas, viraria conto. Mas, aparentemente, muitos leitores e críticos literários ficariam satisfeitos por gozarem da certeza científica de que Capitu traiu (ou não traiu) Bentinho.
Tenho dúvidas se a literatura brasileira ganharia com isso. Acho até que este recurso à ciência – que fulminou fantasias humanas que nos faziam tanto bem – levaria Machado a engavetar Dom Casmurro.
Houvesse o recurso ao DNA, porém, inúmeras dissertações de mestrado, quilos de teses de doutorado, muitos artigos doutos teriam sido evitados. Vestibulandos não seriam obrigados a se torturar com as dúvidas do ciumento Bentinho e saberiam marcar a alternativa correta com exatidão científica. Economizaríamos litros de tinta e toneladas de papel.
No entanto, o jardineiro com quem dona Pámela trocava prosa na calçada aqui de casa, enquanto Astolfo, o dobermann, atacava os sacos de lixo e destruía o canteiro de begônias, disse uma coisa surpreendente. Ele puxara conversa dizendo-se preocupado com um vizinho que tinha dúvidas se aquele rapagão que tinha em casa era realmente seu filho. Por isto, quando dona Pâmela sugeriu o teste de DNA, ele se apoiou relaxadamente no rastelo, passou a mão no rosto e disse:
- Sei não, dona. Ele já se acostumou com a dúvida. Acho que gosta de viver desse jeito.
Não ouvi o resto da conversa. Segui minha caminhada, convencido de que este jardineiro é um craque em teoria literária.
Em primeiro lugar, não há como conferir um adultério cometido (ou não) numa história que só existiu na cabeça de Machado de Assis e que agora só existe em nossas cabeças. Que o autor provoca o leitor o tempo todo, não há dúvida, mas tentar resolver o problema objetivamente exigiria abandonar qualquer distinção entre ficção e realidade; Machado, no fundo, se diverte. Larga pelo caminho todas as pistas possíveis e escancara todas as possibilidades. Ao contrário, aliás, do teste de DNA, que só concede 2% ao opositor. Menos do que o emplasto inventado por Brás Cubas, que seria uma espécie de panacéia universal 100% infalível.
Ou seja, Machado não brinca com este adultério que houve (ou não houve), para nos legar uma charada inútil. Penso que escreveu este livro para nos advertir: isto é ficção, não é realidade. Grande lição.
Mas estou convencido de que o texto estrábico de Machado nos diz que Capitu traiu Bentinho. Dou razão ao Dalton Trevisan, o maior conhecedor de adultérios na literatura brasileira, que afirmou: “se Capitu não traiu Bentinho, então Machado de Assis é José de Alencar”.
Aliás, a frase de Dalton me permite especular. Mário de Alencar, filho de José de Alencar, tinha a cara do Machado de Assis. E aquela inglesa, Giorgiana Cochrane, a Senhora do Alencar, não era de se jogar fora.

Todos os livros são um só livro

A leitura é uma coisa exigente. Você pode dirigir o seu carro ouvindo música. Pode ouvir música andando, entre várias pessoas. Pode ver uma exposição de quadros ao lado de muita gente. Pode folhear um livro com reproduções de obras de arte e escutar música ao mesmo tempo. Mas a leitura exige uma solidão, uma concentração. Exige que você se desligue do resto do mund...o. Algumas pessoas — eu inclusive — não conseguem ouvir música enquanto lêem. A música atrapalha, interfere na própria música do texto. Então, a leitura é uma coisa muito exigente. Mas é uma experiência de individualidade, de subjetividade. Ela exige esse isolamento. E o processo fundamental da leitura é certa descoberta que você faz de si mesmo. Um processo de descoberta que dura o resto da sua vida. Nesse sentido, todos os livros são um livro só. Você vai lendo, lendo e lendo e, no fundo, está tentando descobrir quem você é, afinal. É um processo contínuo, que não cessa nunca. O processo da leitura é este: um contato de você com você mesmo. Um processo de autotransformação. Escrito por Roberto Gomes

domingo, 18 de março de 2012

CONTO DE MISTÉRIO -Sérgio Porto - Stanislaw Ponte Preta

ALUNOS E VISITANTES ,MAIS UM DESAFIO NO NOSSO CLUBE!!!!!

QUAL O NOME DO CONTO?
O QUE SERÁ QUE ESTE HOMEM CONSEGUIU?

LEIA O CONTO

Com a gola do paletó levantada e a aba do chapéu abaixada, caminhando pelos cantos escuros, era quase impossível a qualquer pessoa que cruzasse com ele ver seu rosto. No local combinado, parou e fez o sinal que tinham já estipulado à guisa de senha. Parou debaixo do poste, acendeu um cigarro e soltou a fumaça em três baforadas compassadas.   Imediatamente um sujeito mal-encarado, que se encontrava no café em frente, ajeitou a gravata e cuspiu de banda.
         Era aquele. Atravessou cautelosamente a rua, entrou no café e pediu um guaraná. O outro sorriu e se aproximou:
         Siga-me! - foi a ordem dada com voz cava. Deu apenas um gole no guaraná e saiu.          
O outro entrou num beco úmido e mal-iluminado e ele - a uma distância de uns dez a doze passos - entrou também.
         Ali parecia não haver ninguém. O silêncio era sepulcral. Mas o homem que ia na frente olhou em volta, certificou-se de que não havia ninguém de tocaia e bateu numa janela. Logo uma dobradiça gemeu e a porta abriu-se discretamente.
         Entraram os dois e deram numa sala pequena e enfumaçada onde, no centro, via-se uma mesa cheia de pequenos pacotes. Por trás dela um sujeito de barba crescida, roupas humildes e ar de agricultor parecia ter medo do que ia fazer. Não hesitou - porém - quando o homem
que entrara na frente apontou para o que entrara em seguida e disse:
 "É este".
         O que estava por trás da mesa pegou um dos pacotes e entregou ao que falara. Este passou o pacote para o outro e perguntou se trouxera o dinheiro. Um aceno de cabeça foi a resposta. Enfiou a mão no bolso, tirou um bolo de notas e entregou ao parceiro. Depois virou-se para sair. O que entrara com ele disse que ficaria ali.
         Saiu então sozinho, caminhando rente às paredes do beco. Quando alcançou uma rua mais clara, assoviou para um táxi que passava e mandou tocar a toda pressa para determinado endereço. O motorista obedeceu e, meia hora depois, entrava em casa a berrar para a mulher:
         - Julieta! Ó Julieta... consegui.
         A mulher veio lá de dentro euxugando as mãos em um avental, a sorrir de felicidade. O marido colocou o pacote sobre a mesa, num ar triunfal. Ela abriu o pacote e verificou que o marido conseguira mesmo. Ali estava: ???????????.............................(você sabe o que era? conta pra gente!) 
                                                                                                                           Sérgio Porto - Stanislaw Ponte Preta



sábado, 17 de março de 2012

A Noite Escura e Mais Eu - Lygia Fagundes Telles


Título: A Noite Escura e Mais Eu

Autor: Lygia Fagundes Telles

Páginas: 108

Editora: Companhia das Letras

Assunto: Literatura, contos







O livro cujo título foi inspirado num poema de Cecília Meireles, é composto por nove contos:

1.Dolly
2.Você não acha que esfriou?
3.O crachá nos dentes
4.Boa noite, Maria
5.O segredo
6.Papoulas em feltro negro
7.A rosa verde
8.Uma branca sombra pálida
9.Anão de jardim


Todos são contados em primeira pessoa e destes nove contos, sete são contados pelo ponto de vista de mulheres das mais diversas idades. Já “O crachá nos dentes” é contado pelo ponto de vista de um cachorro e “Anão de jardim”, pelo ponto de vista de um, bem, anão de jardim.

O que mais me encantou em todos os contos é que nenhum deles a principal preocupação é contar uma história, neles o importante é ressaltar como a personagem se sente naquele momento de solidão, desamparo, medo.

Outro ponto fantástico dos contos é a forma como os pensamentos se desenrolam, me identifiquei totalmente como pode-se chegar de um ponto a outro aparentemente sem ligação, mas que na linha de pensamento faz todo o sentido.

E ao ler, no fim do livro, uma análise feita por Fábio Lucas é que me dei conta de um aspecto muito interessante também dos contos.

Assim como a narrativa não é o objetivo do conto, ter finais felizes também não é.
Não importa nem se busca que a personagem tenha uma inspiração ao término da história e se sinta melhor com aquela situação, nem que escape de um destino que parecia certo.

Importa sim, os sentimentos delas naquele recorte temporal, sejam meninas, jovens, idosas. Um livro de contos para se ler, reler, pensar, degustar.

 “O noivo da Matilde disse que três motivos podiam provocar um crime assim, ela esqueceu o terceiro mas não tem terceiro, o motivo é um só, a crueldade a crueldade a crueldade.” (página 25)

“Era alto demais o preço para escamotear a velhice, neutralizar essa velhice – até quando? Por favor, quero apenas assumir minha idade, posso?” (página 46)

“Entraram pela fresta, bisbilhotaram o avesso da pedra e depois saíram obedecendo a mesma formação, além de disciplinada a formiga é curiosa e essa curiosidade é que a faz eterna.” (página 105)

terça-feira, 13 de março de 2012

QUERIDOS ALUNOS, EU DEVERIA TER DITO ISTO NO NOSSO PRIMEIRO DIA DE AULA, MAS NUNCA É TARDE PARA EXPRESSAR NOSSOS SENTIMENTOS, SENDO ASSIM,

QUERO DIZER-LHES, O SEGUINTE: NESTE ANO DE 2012, ESPERO QUE VOCES SONHEM; PORQUE O SONHADOR É UM GUERREIRO QUE VÊ SUA PRÓPRIA VIDA COMO ALGUMA COISA INDESCRITÍVEL, INDEFINÍVEL E INDETERMINADA.
 ELE NÃO TEM LIMITAÇÃO.
NÃO TEM FORMA.
 AGARRA QUALQUER COISA QUE LHE VENHA DE ENCONTRO IGUALMENTE, COMO UM DESAFIO, E NUNCA PERDE SUA IMPARCIALIDADE MESMO QUE SEJA TERRIVELMENTE HUMILHADO.
O SONHADOR É CAPAZ DE USAR SEUS SONHOS COMO UM SALTO QUE O FAZ MERGULHAR NO INFINITO.
PARA SONHAR COMO UM GUERREIRO, É PRECISO SONHOS NOS QUAIS AGARRAMOS A RESPONSABILIDADE DE VIVER BEM.
SONHOS SÃO PRECIOSOS.
SENDO ASSIM, VAMOS SONHAR JUNTOS!!! E CONSTRUIR NOSSO ALBUM DE MOMENTOS SUBLIMES”.

OBRIGADA À TODOS POR FAZER DESTE CLUBE DE LEITURA UM LUGAR TÃO ESPECIAL E INTERESSANTE, ONDE PODEMOS EXPRESSAR NOSSAS OPINÕES E COMPARTILHAR IDÉIAS , IMPORTANTES PARA AMPLIAR NOSSO CONHECIMENTO E ESTREITAR NOSSOS LAÇOS DE AMIZADE.

COM MUITO AMOR E RESPEITO.
Professora Susete Mendes

domingo, 4 de março de 2012

INSCRIÇÕES ABERTAS- PROJETO 2012 - SALA DE LEITURA

AS INSCRIÇÕES DEVERÃO SER FEITA NO LINK DE COMENTÁRIO, ONDE O ALUNO DEVERÁ INFORMAR OS SEGUINTES DADOS: NOME COMPLETO,SÉRIE EM QUE ESTUDA. A OFICINA SÓ DISPÕE DE 20 VAGAS.

As orientações será realizada pela professora Orientadora da Sala de Leitura
Será convocada reunião com os pais/responsáveis dos alunos pré-selecionados através de comunicado enviado pelos gestores da escola.


As fichas de inscrição deverão ser entregues para as Professoras Orientadoras da Sala de Leitura.

Os alunos serão informados a data de início das oficinas, assim que concluirmos a seleção e organização de materiais e equipamentos necessários para desenvolvimento das atividades.
A partir das leituras dos livros, os alunos do projeto, se organizarão em grupos e planejarão uma atividade de Artes para releitura da obra( teatro, filme, fotografia, artesanato, dança, canto,etc ). Observação: os encontros ocorrerão 2 vezes por mês as sexta-feiras – das 12 às 13 – alunos período da tarde e das 14 às 15 – alunos do período da manhã