A
influência do tupi está no vocabulário da fauna. Nome de animais e plantas como
jaguar, jacaré, macaco, sagui (pêlo), tapera (casa abandonada), cangueiro (de
“Acanga”-cabeça, instrumento de tração para os bois), ipê, piracema, etc, etc,
etc. Ao todo, como lembra Raquel F. A. Teixeira, em artigo no livro “A Temática
Indígena na escola (MEC, Mari/ Unesco, Brasília, 1995), 70% do vocabulário do
português brasileiro sobre animais plantas provém do tupi-guarani que tem vasta
influência no nome de cidades e acidentes geográficos no país.
A
contribuição do tupi-guarani deu-se também na incorporação de ditados populares
no folclore brasileiro. Um deles, muito conhecido, é “Cada macaco no seu
galho”. Esse ditado vem da expressão “Macaca tuiué inti hu mundéo i pú
cuimbisca o pé” ( Macaco velho não mete mão em cumbuca).
Quando
os tupi-guaranis citavam a expressão contavam a seguinte história.
Era uma vez um macaquinho guloso
soube que havias frutas numa certa cumbuca feita de uma árvore chamada
sapucaia. Introduziu a mão no recipiente. Ao tentar tirá-la, a mão ficou presa.
Assustado, o bichinho disparou-se aos pulos pela floresta arrastando a sapucaia e gritando desesperadamente: Ai! Ai! Ai! Cuimbisca hu pscá se pú! Ai! Ai! Ai! Cuimbusca hu pscá se pú! (Ai! Ai! Ai! Cumbuca pegou minha mão).
Os macacos assustaram-se e foram
ajudar o macaquinho em apuros. Seguraram o filhote e chamaram o macaco mais
velho para aconselhar como retirar a mão do macaquinho da cumbuca. O velho
examinou a cumbuca, pegou uma pedra e, em repetidos golpes, quebrou a cumbuca,
libertando a mão do macaquinho travesso.
Recuperado do susto, o filhote
perguntou ao macaco velho: “Macaca tamuia taá inti ana cuimbisca hu pscá ana i
pú? (Vovô, cumbuca já pegou sua mão?) Respondeu o macacão: Macaca tuiué inti hu
mundéo i pú cuimbisca o pé (Macaco velho não mete mão em cumbuca).