Recordando as mulheres, revivendo os
momentos.
A imagem passando em meus
pensamentos:
Uma Sarah recebendo seu Isaac nos
braços
E Maria chorando seu Cristo amado
Uma negra explorada pelo rico senhor
Vi também condenadas lançada à prisão
Escutei os gritos de agonia e dor
Na ardente fogueira da Inquisição
Nos escritos narrados pelo então
Mardoqueu
A Ester mediando seu povo judeu:
“Lhe suplico socorro, vossa
majestade,
Que nos livre da morte meu desejo e
vontade
” Olhei-me ao espelho, machucada e ferida.
Um tormento constante sem buscar a
saída
Eu vi tudo perdido, foi então que
chorei:
Com os meus pés calejados, eu caí,
levantei!
Fui vivendo o momento sem pensar em
maldade
Revoltei-me dizendo: e a dignidade?
Ao redor pude ver não estava sozinha
Muitas outras mulheres andam na mesma
linha.
Escutei um chorar e um frágil gemido.
Era um ser humano que estava comigo
Segurei em meus braços sentindo a
feição
Era linda mulher ou um belo varão
Meu olhar de esperança ao céu elevei.
E o sol que brilhando a Deus confessei
Posso ter sufocado, mudado a conduta.
Sou mulher de verdade, não desisto da
luta!
Como lírios do campo, sou mulher
natureza.
Sou a força, a raça, tenho a minha
beleza.
Vi minhas asas abertas de amor e
verdade
Sou futuro, sou a mãe da humanidade!
(poesia retirada do livro” Kizomba
Literária na EMEF Professora Marili Dias” , paginas 17 e 18)
Geni Oliveira nasceu em São Bernardo do Campo, em 1961. Teve uma infância
muito difícil. Trabalhou como empregada doméstica durante muitos anos. Depois
de adulta, casada, mãe de três filhos, foi trabalhar numa escola pública, onde
teve a oportunidade de voltar estudar e completar o ensino médio. Hoje, aos 50
anos, tem centenas de poesias que são marcadas por sua trajetória de luta,
sofrimento, perseverança e vitórias. Teve seu primeiro livro publicado em
outubro de 2010, Lida em poesias, através do “Projeto de Geração de Renda a
Partir de Talentos”, promovido pela Pastoral da Mulher da Região da
Brasilândia.
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