Atualmente,
qual o verdadeiro significado da festa junina, nas escolas?
Nos
dias de hoje, esse cerimonial aponta, segundo penso, o antagonismo da
inauguração do novo em oposição a preservação de velhos costumes. Quando
vamos a Festa Junina comemoramos a
capacidade humana de conhecer, compreender, raciocinar, pensar e interpretar, provocando
em nós, escolhas que superam as mudanças ocorridas nas posturas dos
indivíduos que vivem numa sociedade que coloca a impessoalidade como um
elemento que caracteriza os relacionamentos nos diferentes grupos sociais, seja
no campo ou na cidade.
Desse
modo, observei e achei muito interessante perceber como muitos elementos no
evento realizado na EMEF Professora Marili Dias, nos remete a esse antagonismo.
Desde a alimentação “típica” como: doces, salgados e bebidas, destacando-se
cereais (milho, arroz, amendoim) que são a base de maior parte das receitas
juninas, foram acrescentados ao cardápio “hot dog”, pastéis, bolo recheado com
cobertura de chantilly, churrasco no espetinho e bebidas como: refrigerante.
brincadeiras tradicionais |
Enquanto
que às brincadeiras tradicionais, como: boca do palhaço, argola, pescaria,
acrescentou-se a “sala dos monstros”, ideia do professor Ricardo da disciplina
de matemática, abraçada com carinho e entusiasmo pelos colegas do Ensino
Fundamental II e alunos
deste mesmo segmento; aos instrumentos ( sanfona,
viola, tambores, triangulo, pandeiro, chocalho) uma sofisticada estrutura de som, operada pela
professora Daniela e os professores Miro e Luís com grande destreza.
Juntando-se as danças
tradicionais, como, as quadrilhas típicas, a coreografia cênica Lenda do Boi Bumba ,
tivemos a apresentação em Libras do Projeto da professora Aldimaria com a música
“Asa Branca”, mostrando não só novos hábitos, mas também o papel da escola
inclusiva e democrática.
sala dos monstros |
Professora Aldimaria (turma do Projeto Libras) |
Por meio destes diferentes elementos foi
promovido mais um encontro de nossa comunidade que comemora a alegria de seus
filhos e filhas que crescem e amadurecem dentro da nossa escola.
Neste meu singelo e sincero relato, quero
dizer que uma das coisas que mais me impressionaram nesta festa como
colaboradora e observadora, foi perceber a capacidade de nos organizar coletivamente,
inspirados com a partilha de experiências de cada um, com grande comprometimento
do grupo. Neste evento, criamos, questionamos, acordamos e nos divertimos,
produzindo práticas diferenciadas na construção da nossa festa e dos nossos
saberes! O Arraiá do Marili Dias realizado em 2017, teve como marca uma relação
alteritária, que amadurece a cada dia, transformando-nos em uma verdadeira
equipe. Assim sendo, a preparação da festa e a realização dela foi mais um
encontro importante entre educadores, educadoras, educandos e comunidade em
processo de libertação, onde a produção coletiva foi maior que o
simples somatório das contribuições individuais. Parabéns à
todos, educadores, educandos e comunidade!
Professora
Susete Mendes