domingo, 30 de junho de 2013

LEITURA COMPARTILHADA - EF II - O segredo do Colecionador - Ana Cristina Massa


ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL II DA EMEF PROFESSORA MARILI DIAS LERAM , GOSTARAM E INDICAM ESTA AVENTURA!


NESTE SEMESTRE FIZEMOS A LEITURA COMPARTILHADA DESTA OBRA
Quem rouba um livro não rouba apenas um volume de páginas impressas, pois pode estar roubando um importante fato da História de todos os homens, principalmente se o livro em questão for um original com mais de quinhentos anos. Pior ainda, se não for livros raros, mas antigos documentos, manuscritos, mapas… Desvendar a História é igualmente uma aventura, como desvendar uma história de mistério — melhor ainda quando ambos os caminhos se fundem em uma narrativa só: Eugênio, o Gênio, Jonas, Goma, Sofia e Isadora são os Invencíveis, sempre a esquadrinhar as ruas, os lugares, os monumentos da arquitetura histórica brasileira no Rio de Janeiro.

Desta vez (no terceiro livro da série), o quinteto encasqueta com a figura pálida do novo professor de História, agarrado a uma velha pasta. Até aí, nada de extraordinário, não fosse o fato de ele ainda não ter memorizado os números do segredo que trazia anotado em um pedaço de papel…
O detalhe não passa despercebido a G que, então, decide ficar de olho. Pronto: começam as confusões, passeios, corridas de táxi, perseguições da Biblioteca Nacional até o Jardim Botânico, numa trama que envolve, mais uma vez, o detetive Sombra, um colecionador de obras raras, um ambulante mal encarado e um ladrão especializado em livros e gravuras antigas — e um manuscrito medieval do marinheiro Álvaro Velho sobre a viagem de Vasco da Gama!

Com um texto veloz, Ana Cristina Massa desvenda fatos e postais da paisagem turística, ligando-os organicamente à novela policialesca e juvenil. Além dos livros com fundo falso, as aquisições nas feiras de antiguidade e sebos da cidade, navegações com laptop e em códigos medievais, há um tempinho reservado para a descontração, o som do DJ na festa de Gênio, a troca de pares românticos, as confissões entre os irmãos Goma e Sofia e outros conflitos sentimentais.


 

sábado, 22 de junho de 2013

Consumistas por Ivan Angelo

De quantas calças jeans você precisa?

Eu tenho três: uma índigo tradicional, que tem uns seis anos; uma bem mais antiga, de um azul desbotado pelo tempo, aguado, já puída, que faz o papel de vigilante do peso, pois é do tempo em que minha cintura se comportava melhor; e uma branca, a mais nova, de uns cinco anos, que entrou no lugar de outra igualzinha que se rasgou no joelho. São suficientes para as situações e combinações, mas surpreendo-me com uma mulher, na página de moda de um grande jornal, contando vantagem: diz que tem trinta e tantas calças jeans, e sempre acha que precisa de mais uma, quando a vê na loja. Algum detalhe torna a nova calça "necessária"; ela "precisa" daquele jeans.

Você realmente precisa de doze pares de óculos escuros? Já não é adequado dizer "óculos de sol", porque é moda usá-los dentro de shoppings e até em discotecas, na maior escuridão. Eles se tornaram algo mais do que óculos: são máscaras, aquela coisa que o Spirit dos quadrinhos botava nos olhos ou que o Fantasma botava para virar outra pessoa. Eles fazem a mágica da troca de personalidade.

De quantos celulares você precisa? Apareceu no jornal uma mulher que tem dúzias. Para quê, não fiquei sabendo, bastou-me olhar a foto da tonta com aquele mostruário de celulares, aquele despropósito. O apelo do modelo novo é irresistível para esse tipo de gente, que não suporta a ideia de estar "desatualizada" e só se considera "in", incluída, quando possui aquela coisa que acaba de ser lançada.

De quantas camisetas você precisa? Bom, o número de camisetas que as pessoas têm é incontrolável. Nem sempre é a gente que compra. Elas viraram "o" presente. São fáceis de achar, têm uso, têm graça. A gente nem compra camisetas, ganha.

E tênis, de quantos você precisa? Tenho uma amiga, nem é tão jovem, que tem dezoito pares. Minha filha chegou a ter uns doze. E ela tem uma amiga que possui 27. Não consigo entender o porquê ou o para quê. Só quem tem é que sabe as razões.

Brincos. É comum as mulheres terem trinta, quarenta, sessenta pares de brincos. Vão comprando e acumulando ao longo da vida, vão ganhando. Não conseguem passar por uma bijuteria ou joalheria sem provar diante do espelho um pequeno penduricalho nas orelhas. E compram, não resistem a três provadas.

Carros! Você precisa de mais do que um carro? Há pessoas que têm três, quatro. Como se houvesse grande diferença entre usar um e outro como condução. Para viajar, sim, o tipo faz diferença, e nesse caso poderiam comprar um para as duas funções. Preferem ostentar.

Imelda Marcos gostava de sapatos, tinha 3 000, comprados com o suor do povo filipino. Já vi foto de uma perua brasileira exibindo sua coleção de mais de duas centenas de calçados. E trinta bolsas de grife. De quantas bolsas você precisa?

É comum o consumista não conseguir escolher entre uma coisa e outra – porque escolher uma seria perder a outra – e para pôr fim à angústia leva as duas. Na infância dos consumistas faltaram ou falharam a orientação na compra e o apoio à decisão tomada. Frustrações da infância pedem compensações quando o dinheiro permite. Mas há consumistas pobres, que compram quinquilharias baratas e desnecessárias na Rua 25 de Março, enquanto as poderosas compram supérfluos caríssimos na Daslu.

Coleções não são a mesma coisa. Você coleciona bolinhas de gude, palitos de picolé, caixas de fósforos, lápis, figurinhas, rodelas de chope, rolhas, enfim, coisas que não valem nada, e coleciona coisas que chegam a valer muito, como selos. Não têm utilização prática. É diferente do consumo, de acumular bens de uso porque não consegue se controlar.

É diferente também de juntar raridades. Um apresentador de televisão tinha dezenas de relógios de pulso raros, antigos. É diferente, dizia, de ter um monte de relógios mais caros do que raros, de fabricação e uso atuais. De quantos relógios você precisa?

domingo, 16 de junho de 2013

Serendipitia

Há um antigo conto de fadas que se passa no Sri Lanka (antigo Ceilão) – quando este ainda se chamava Serendipe – uma história que fala sobre uma princesa que tinha três pretendentes ao casamento e como não estava muito disposta a se casar, passou a cada um deles uma tarefa impossível de ser realizada, se comprometendo com aquele que conseguisse cumprir a tarefa. No final, os três fracassaram e ela obteve sucesso em sua estratégia, porém, todos os pretendentes, no decorrer de seus esforços, acabaram fazendo descobertas inesperadas e afortunadas, fortuitamente.
 Surgiu daí o termo “serendipitia” que significa: descobrir coisas úteis, por acaso; encontrar aplicações de forma imprevista.
A vida nos reserva toda uma infinidade de “serendipitias”, porque nos coloca em determinadas situações em busca de certos objetivos e por fim, atingindo ou não a intenção inicial, acabamos nos defrontando com novos aprendizados, experiências e vivências, muitas vezes mais importantes e decisivas que o primeiro objetivo. Porém, para que isso ocorra, é preciso que nossa percepção esteja aberta. Que nosso ser seja capaz de perceber a riqueza dos objetivos secundários (imprevistos). Que o foco excessivo no objetivo inicial não seja ofuscante a ponto de impedir nossa evolução no rico contexto em que estamos inseridos.
Os sutis sinais que surgem, muitas vezes nos passam desapercebidos, pois estamos tão centrados em algo que perdemos a oportunidades de sentir, perceber e avaliar a riqueza do contexto à nossa volta. À medida que amadurecemos, tendemos a nos tornar mais sensíveis, atentos e perceptivos aos sinais, mas isso não está necessariamente ligado à idade, mas sim ao amadurecimento. Daí a relação com a complexidade da vida.
Dar oportunidade para o inesperado tem sido algo que por vezes tem me trazido gratas surpresas em minha atuação como professor. Devido a algo inesperado, acabo percebendo que meu plano de aula perdeu efetividade e me vejo obrigado a improvisar. Nem sempre dá certo, mas quando dá, é porque aparece algo – seja um aluno, um assunto ou uma situação – que dá início ao improviso e a riqueza e envolvimento dos envolvidos trazem muito mais resultado do que a aula planejada inicialmente, mesmo que tudo se direcione para um caminho ou conteúdo não previsto.

Fonte: Wikipedia
 

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Para Viver Um Grande Amor- Vinicius de Moraes

Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... — não tem nenhum valor.

Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor.

Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade — para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.

Para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito — peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor.

É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais, muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor...

Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs — comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor?

Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor.

É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que — que não quer nada com o amor.

Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor.


Texto extraído do livro "Para Viver Um Grande Amor", José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1984, pág. 130.
           

domingo, 2 de junho de 2013

Por uma escola leitora

CLUBE DA LEITURA EMEF PROFESSORA MARILI DIAS
A leitura é um assunto sério, de toda a escola e comunidade. E, por mais que o senso comum afirme que a juventude não goste de ler, sabemos que isso não é verdade! O que nossos jovens não gostam é de não ter a chance de escolher aquilo que querem ler. Crescer e viver no século XXI significa interagir com o texto escrito em diversos suportes, do tradicional papel até os meios digitais. O objetivo da sala de leitura nesse contexto é ampliar e qualificar as oportunidades de leitura dos jovens, estando atenta ao imenso potencial de convívio e de troca de experiências que move a juventude para aprender.

Assim, a sala de leitura é um espaço privilegiado e singular na escola: ela pode influenciar decisivamente a maneira como a comunidade escolar , sente, pensa, decide e age em relação à leitura/juventude. É de responsabilidade da sala de leitura promover o acesso e ampliação da leitura, o aprimoramento dos estudos e o desenvolvimento de atividades que fortaleçam o convívio dos alunos com leitores, histórias, livros e outros suportes textuais.

O convite é que a sua escola se torne uma escola leitora, centrada no aluno, cujo centro irradiador seja a sala de leitura! Isso quer dizer que as ações propostas devem romper com as paredes da sala de leitura e se estender para todos os espaços da escola.

 

FONTE: Instituto Ayrton Senna 2011-superAÇÃO – Projeto Sala de Leitura