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segunda-feira, 20 de maio de 2013

QUADRILHA by Dalinha Catunda

Arte com papel - Professora Suse Mendes
 Maria bonita
vestida de chita
dançava São João.
Em meio a quadrilha,
seguia a trilha
do seu coração.
Coração aventureiro
gostava de Pedro,
e queria João.
João tava difícil,
não foi sacrifício
pegar noutra mão
Viva S. Pedro!
Viva S. João!
Maria era bonita!
E com laço de fita
virou perdição.
Com cabelos trançados,
e seu requebrado,
chamava atenção.
Dançando faceira
esqueceu-se de Pedro,
e também de João.
Nos braços de Antônio
perdeu-se nos sonhos,
ardeu-se em paixão.
Foi aí que Maria
perdeu sua fita
rolando no chão.
Maria aflita
sem laço de fita
engrossou a cintura
e fugiu do sertão


sábado, 13 de abril de 2013

Bertold Brecht (1898-1956)

 
INTERTEXTO
 

 
 
 
 
 
 

 Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

NADA É IMPOSSÍVEL MUDAR
 
Desconfiai do mais trivial,
na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito como coisa
natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada,
de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural
 nada deve parecer impossível de mudar.
 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Poema:"O Sonho" - Clarice Lispector


O sonho

Sonhe com aquilo que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades
que aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passaram por suas vidas.


domingo, 1 de abril de 2012

AMOR DE ADOLESCENTES

Poesias diferentes
Geralmente, é na adolescência que surge o nosso primeiro amor. Com certeza vocês já ouviram falar da história de amor entre os jovens “Romeu e Julieta”. Assim como na ficção, na vida real também existem casais que lutam em busca do par perfeito. Aquele conjunto de sensações ao avistar a pessoa especial: os olhos brilham, a boca fica seca, a perna bamba, o coração dispara, é algo que não se consegue controlar.

Os relacionamentos afetivos se desenvolvem sempre dentro de um contexto social: a família, o grupo de amigos, a escola, a rua, a cidade, tendo contornos bastante definidos em cada uma das situações. Porém ser amado e amar são uma das coisas mais importantes nesta fase, sendo que muitos têm dificuldade em encontrar sua cara metade graças à timidez, mas atualmente este fator está se tornando cada vez mais raro por causa do ficar, pois ficar por ficar, sem compromisso é melhor ainda, mas não substitui o grande amor.

Autora: Fernanda Essado - Ponto Notícias


SONETO DA FIDELIDADE - Vinicius de Moraes

De tudo, ao meu amor serei atento
 Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim quando mais tarde me procure
 Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
 Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure

BALADA DO AMOR ATRAVÉS DAS IDADES


Eu te gosto, você me gosta
desde tempos imemoriais.
Eu era grego, você troiana,
troiana mas não Helena.
Saí do cavalo de pau
para matar meu irmão.
Matei, brigamos, morremos.


Virei soldado romano,
perseguidor de cristãos.
Na porta da catatumba
encontrei-te novamente.
Mas quando vi você nua
caída na areia do circo
e o leão que vinha vindo,
dei um pulo desesperado
e o leão comeu nós dois.

Depois fui pirata mouro,
flagelo da Tripolitânia.
Toquei fogo na fragata
onde você se escondia
da fúria do meu bergantim.
Mas quando ia te pegar
e te fazer minha escrava,
você fez o sinal da cruz
e rasgou o peito a punhal…
Me suicidei também.

Depois (tempos mais amenos)
fui cortesão de Versailles,
espirituoso e devasso.
Você cismou de ser freira…
Pulei muro de convento
mas complicações políticas
nos levaram à guilhotina.

Hoje sou moço moderno,
remo, pulo, danço, boxo,
tenho dinheiro no banco.
Você é uma loura notável,
boxa, dança, pula, rema.
Seu pai é que não faz gosto.
Mas depois de mil peripécias,
eu, herói da Paramount,
te abraço, beijo e casamos.

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sábado, 3 de setembro de 2011

POEMA EM LINHA RETA


FERNANDO PESSOA -(Alvaro de Campos)



Nunca conheci quem tivesse levado porrada.

Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,

Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,

Indesculpavelmente sujo,

Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,

Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,

Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,

Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,

Que tenho sofrido enxovalhos e calado,

Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;

Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,

Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,

Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,

Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado

Para fora da possibilidade do soco;

Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,

Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo

Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,

Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana

Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;

Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!

Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.

Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?

Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!

Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,

Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!

E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,

Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?

Eu, que venho sido vil, literalmente vil,

Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Pequenos gestos...grandes sentimentos

PEQUENOS GESTOS...GRANDES SENTIMENTOS
Mercêdes Pordeus
Recife/Brasil

Declamado pela poetisa brasileira ANNA MULLER

Um desejo de bom dia
Rompe o silêncio absoluto
Dá ao semelhante a garantia
De desarmar o interno luto.

Um abraço... Reedita uma história
Transforma uma vida simplória
Dela varre a parte vivida inglória
Para que na solidariedade alcance vitória.
 Um toque... Rompe as barreiras
Abre entre os povos as fronteiras
Deixa a paz reinar na vida inteira
Transformando-a em boa sementeira.

Um gesto de carinho... Um afago
Tira do semelhante o gosto amargo
Que a vida possa ter-lhe imposto
Ao seu longo através do desgosto.


Um gesto de bondade... E ternura
Apaga de uma vida um triste cenário
Acorda o irmão com brandura
E torna o mundo mais igualitário.
Pequenos gestos que nos aproximam
Minimizam da vida o sofrimento
Afastam atitudes que nos aniquilam
E desabrocham grandes sentimentos


- Coletânea do II Concurso de Poesia - Centro de Estudos HSE/MS Prêmio Aloysio Salles 2007 (Hospital dos Servidores do Estado/Ministério da Saúde-Rio de Janeiro/Brasil) Organizada por Juçara Regina Viégas Valverde - Editora Europa/RJ - 2008. ISBN 978-85-7091-051-0.

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