quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

NA SALA DE LEITURA - POEMA LIRICO X CARNAVAL

CARNAVAL
Com o intuito de resgatar e preservar a memória dos antigos carnavais, resolvi fazer uma releitura de clássicos da folia , além das tradicionais marchinhas, o destaque ficará  por conta do tributo especial ao poema lirico  "Mascaras "de   Paulo Menotti Del Picchia .
Todo carnaval normalmente, aparecem as já conhecidas e tradicionais personagens: Pierrot, Arlequim e Colombina. Porém diante da dúvida perante a origem dos mesmos, resolvi fazer uma pequena busca para poder contar um pouco dessa história para meus alunos.
As primeiras tentativas de civilizar a festa carnavalesca brasileira foram através da importação dos bailes e dos passeios mascarados parisienses.Os foliões costumavam frequentar os bailes fantasiados, usando máscaras e disfarces inspirados nos baile de máscaras parisienses. As fantasias mais tradicionais e usadas até hoje são as de Pierrot, Arlequim e Colombina, originárias da commedia dell'arte.


Poema “Máscaras” Paulo Menotti Del Picchia




trechos do poema “Máscaras” de Menotti, iniciando com sua epígrafe:
Em qualquer terra que os homens amem.
Em qualquer tempo onde os homens sonhem
Na vida.



Arlequim:
Entre a noite e a mulher, eu trêmulo hesitava.
Se a noite seduzia, a mulher deslumbrava...
Vinha do seio dela... um cheiro de mulher.
A volúpia infernal de seus olhos devassos...
Todo homem enamorado se arrepende afinal de não ter tudo ousado no ardor desse beijo, que é todo um romance de amor!..



Pierrot prefere a fantasia à concretização do beijo:
É tão doce sonhar... A vida nesta terra, vale, apenas
Pelo sonho que encerra...
Sua íris ardia verdoenga... com o sinistro olhar de uma
Pantera...
Pareciam duas bocas de treva, tive medo.. tinha a sensação de estar num abismo...Para que beijar?
Para ver tristonho no tédio do meu lábio o vácuo do meu sonho...
A história desse olhar é toda a minha história...

Colombina

Foi um moço audaz que vejo
No meu sonho claro e doce,
o amor que primeiro amei...
Abraçou-me, deu-me um beijo,
E, depois, lento afastou-se, e nunca mais o encontrei
Num ser pálido e doente
Resume-se o que consiste
o segundo amor que amei
Ele olhou-me tristemente...
Eu olhei-o muito triste.
E nunca mais o encontrei!

“Máscaras” é um poema lírico, romântico e escrito na forma de peça de teatro. Transcreve o encantamento de dois homens, Arlequim e Pierrot, por uma mulher, Colombina. Cada um deles, percebendo-a sob sua ótica particular e partindo deste olhar, a descreve e ao sentimento que ela lhes despertou.
A literatura origina-se da imaginação de seu autor com o objetivo de provocar um estado emocional, um estado de prazer em seu leitor. É uma transfiguração do real que utiliza de símbolos para melhor transmitir a idéia de seu criador. Devido a este dado é que a literatura resiste ao passar do tempo.
Eliot (1972) observa que uma das funções da poesia que perdurou é a de fornecer prazer, trazer um novo entendimento para o familiar, enfim, apurar a nossa sensibilidade.


MARCHINHAS DE CARNAVAL
 Antes do advento do samba e da marchinha, fazia sucesso no carnaval qualquer tipo de música, nem sempre alegre, como é o caso de "Pierrô e Colombina". Também chamada de "O despertar de Pierrô" e "Paixão de Pierrô", esta valsa de versos ("A vós que acabais de ouvir meu pranto, meu padecer / quero um pedido fazer / tenham dó do meu carpir...") e melodia carregados de tristeza, tomou conta do Rio de Janeiro nos carnavais de 1915 e 16, por paradoxal que possa parecer.

Pierrô Apaixonado
Composição: Noel Rosa-Heitor dos Prazeres
Um Pierrô apaixonado,
Que vivia só cantando,
Por causa de uma Colombina
Acabou chorando... Acabou chorando...
A Colombina entrou num butiquim,
Bebeu, bebeu, saiu assim, assim
Dizendo: "Pierrô, cacete!
Vai tomar sorvete com o Arlequim!"
Um grande amor tem sempre um triste fim.
Com o Pierrô aconteceu assim.
Levando esse grande chute,
Foi tomar vermute com amendoim.

Máscara Negra
Composição: Zé Kéti e Pereira Matos
Tanto riso, oh quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando pelo amor da Colombina
No meio da multidão
Foi bom te ver outra vez
Tá fazendo um ano
Foi no carnaval que passou
Eu sou aquele pierrô
Que te abraçou
Que te beijou, meu amor
A mesma máscara negra
Que esconde o teu rosto
Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval

Noite dos Mascarados
Composição: Chico Buarque
- Quem é você?
- Adivinha se gosta de mim!
Hoje os dois mascarados
Procuram os seus namorados
Perguntando assim:
- Quem é você, diga logo...
- Que eu quero saber o seu jogo...
- Que eu quero morrer no seu bloco...
- Que eu quero me arder no seu fogo.
- Eu sou seresteiro, poeta e cantor.
- O meu tempo inteiro, só zombo do amor.
- Eu tenho um pandeiro.
- Só quero um violão!
- Eu nado em dinheiro.
- Não
tenho um tostão... Fui porta-estandarte, não sei mais dançar...
- Eu, modéstia à parte, nasci prá sambar.
- Eu sou tão menina...
- Meu tempo passou...
- Eu sou Colombina!
- Eu sou Pierrô!
Mas é Carnaval! Não me diga mais quem é você!
Amanhã tudo volta ao normal.
Deixa a festa acabar, deixa o barco correr,
Deixa o dia raiar que hoje eu sou
Da maneira que você me quer.
O que você pedir eu lhe dou,
Seja você quem for, seja o que Deus quiser!
Seja você quem for, seja o que Deus quiser!
COM A  MUSICA DE CHICO BUARQUE PRETENDO FAZER UMA DINÂMICA DE GRUPO ( RODA DE APRESENTAÇÕES) QUEM É VOCÊ? NA QUAL OS ALUNOS SE APRESENTARÃO USANDO MÁSCARAS, CONFECCIONADAS POR ELES, É LÓGICO!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

SERÁ FICÇÃO?????

Existem três livros que são referência quando se fala em obras de ficção científica do século XX. Publicados em décadas diferentes e por autores diferentes, os três juntos são considerados uma trilogia que mostra um futuro apocalíptico assustador a quem está acostumado às regras atuais (ou daquela época) que vigoram na sociedade. Mesmo datando de muitos anos atrás, quando a tecnologia era mais escassa e nem se ouvia falar em telefones celulares, esses três livros não deixam de conter um enredo atual. Tratam-se de Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley1984, de George OrwellLaranja Mecânica, de Anthony Burgess.
O grande fio que une essas obras, além de serem futuristas, é a alienação. Os autores representaram personagens que vivem em mundos onde tudo é controlado, mas que esconde um descontrole que torna o ambiente um lugar caótico. Apenas lendo o enredo das obras para visualizar melhor essa trilogia que marcou o ramo da ficção no século passado.

Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley)




Admirável Mundo Novo foi publicado por Aldous Huxley em 1932, e retratava uma época futurista onde as crianças são criadas em laboratório e são “programadas” a pertencerem a uma determinada classe social e respeitar todas as leis e regras da sociedade. A alienação é total: não há dilemas morais, religiosos ou sociais. Qualquer dúvida que ouse penetrar na mente de algum cidadão desse mundo é sanada com o consumo da “soma”, a droga da felicidade. Não há família, não há religião, não há senso comum, não há escolhas.
Dentro desse mundo, Bernard Marx se sente diferente. Ao encontrar Linda e seu filho John, que vivem ainda conforme os preceitos do “passado”, Bernard vê uma chance de se impor com superioridade. Ter filhos era inconcebível, e Linda e John sofrem preconceitos e são tidos como “selvagens” nessa sociedade altamente organizada.
No livro, Huxley dá voz à sua preocupação com os constantes avanços da sociedade e, principalmente, com os governos totalitaristas. Ele mostrou que a civilização peca pelo excesso: não pode ser perdida e sem respeito às regras, mas também não pode ser obediente demais.

1984 (George Orwell)



Em 1949 é a vez de outra obra literária chocar o mundo com sua visão apocalíptica do futuro. É 1984, onde George Orwell apresenta uma sociedade totalmente controlada, que com mentiras mantém todos em uma sensação de conforto ilusório. Nesse ano, que para nós já é passado, o mundo é governado pelo Grande Irmão. Todos são vigiados em seus trabalhos e nas próprias casas pelas tele-telas. Notícias e livros são constantemente alterados para mostrar eficiência e exatidão nas previsões do governo. Nada é contestado e as pessoas que apresentarem qualquer sinal de oposição literalmente somem do mapa. Tudo é fortemente controlado para manter o Partido no poder, qualquer ameaça é descoberta e exterminada.
Aqui, Winston, funcionário do Departamento da Verdade, começa a perceber as falhas da sociedade. Uma nova língua é imposta, o canto de hinos e de demonstração de ódio para com outras ideologias é obrigatório. As palavras, justamente por conta da Novilíngua, perdem seu sentido. A verdade é a mentira, o amor é a guerra. Ninguém está seguro, nem mesmo aqueles que seguem à risca todos os “mandamentos” ditados pelo Partido. A simples fagulha mental de tentar ser diferente é uma condenação.

Laranja Mecânica (Anthony Burgess)


Laranja Mecânica, de 1962, apresenta uma sociedade fora do controle. Os jovens retratados por Anthony Burgess tomam conta da vida urbana com crueldade e extrema violência. Eles roubam, espancam, estupram e matam qualquer pessoa, não respeitando autoridade ou idade. A fim de controlar essa “ultra-violência”, as entidades que devem cuidar da segurança optam por punir esses jovens com a mesma moeda.
Alex, um adolescente de 15 anos, é chefe de uma gangue e acaba por ser preso depois de uma noitada catastrófica. Ele se torna a cobaia de um novo método de conter a violência: o Ludovico. E o livro traz a pergunta: é possível mudar a natureza de uma pessoa e soltá-la na sociedade normalmente, como se nada tivesse acontecido? Ela terá realmente uma “vida nova”?

Ou seja

Essas três obras chocam pelo seguinte aspecto: a falta de livre arbítrio. Dentro de Admirável Mundo Novo, você nasceria pronto para respeitar todas as regras sociais. Em 1984, você teria de abdicar dos prazeres e confortos até chegar ao ponto de nem lembrar de sua existência. Em Laranja Mecânica, você se rende à violência ou, caso esteja do outro lado e passe pelo “Tratamento Ludovico”, você se vê incapaz de matar até uma mosca contra a sua vontade. A sociedade, daquela época e de hoje, não se vê vivendo de outra forma senão em uma que te ofereça escolhas. Os três livros são altamente recomendados para vermos que a sociedade em que vivemos hoje é ruim em vários aspectos, mas maravilhosa comparada com as da ficção.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A BOLSA AMARELA

A Bolsa Amarela já se tornou um 'clássico' da literatura infantojuvenil. É o romance de uma menina que entra em conflito consigo mesma e com a família ao reprimir três grandes vontades (que ela esconde numa bolsa amarela)-
Uma contestação à estrutura familiar tradicional em cujo meio 'criança não tem vontade'- essa menina sensível e imaginativa nos conta o seu dia-a-dia, juntando o mundo real da família ao mundo criado por sua imaginação fértil e povoado de amigos secretos e fantasias.
VALE A PENA LER!É DEMAIIIIISSSSSSSSSSSSS!!!!!!

VOCE JÁ LEU? ENTÃO DEIXE SEU COMENTÁRIO.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A VOLTA ÀS AULAS DO PEQUENO NICOLAU




O LIVRO
 “A Volta às Aulas do Pequeno Nicolau” é o primeiro volume de uma série de oito livros editados por Anne Goscinny, filha do escritor com parceria com o ilustrador.
O narrador do livro é Nicolau, um garoto esperto e bem humorado. Neste primeiro volume, ele estava de férias, mas o que era doce estava perto de acabar e ele teria que em breve voltar para a escola. Assim como “O Diário de um Banana”, “A Volta às Aulas do Pequeno Nicolau” narra o cotidiano de um garoto, as peripécias que ele e seus amigos aprontam, como a vida em um clubinho só para meninos, reviver a chatice de fazer dever de casa, a alegria que é ouvir o sino anunciando que chegou a hora do recreio, etc. Quando criança tudo é simples e as mínimas coisas nos faz feliz.

O FILME

Download Baixar Filme O Pequeno Nicolau – Dublado
Sinopse: Nicolau leva uma vida pacífica: seus pais amam mais que tudo e ele tem uma turma de amigos pestinhas para aprontar todas com ele, ou seja, a vida é perfeita e não precisa mudar. Mas um belo dia, Nicolau ouve uma conversa entre seus pais e imagina o pior: sua mãe está grávida e ele vai ter um irmão caçula. Com medo de ser esquecido, Nicolau reúne os amigos para ajudá-lo numa importante missão: mostrar que é indispensável.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

ANTES DO BAILE VERDE - LYGIA FAGUNDES TELLES

 

 

 

 

VENHA VER O PÔR DO SOL


O mato rasteiro dominava tudo. E, não satisfeito de ter se alastrado furioso pelos canteiros, subira pelas sepulturas, infiltrando-se ávido pelos rachões dos mármores, invadira alamedas de pedregulhos esverdinhados, como se quisesse com a sua violenta força de vida cobrir para sempre os últimos vestígios da morte. Foram andando vagarosamente pela longa alameda banhada de sol. Os passos de ambos ressoavam sonoros como uma estranha música feita do som das folhas secas trituradas sobre os pedregulhos. Amuada mas obediente, ela se deixava conduzir como uma criança. Às vezes mostrava certa curiosidade por uma ou outra sepultura com os pálidos medalhões de retratos esmaltados.
- É imenso, hem? E tão miserável, nunca vi um cemitério mais miserável, é deprimente – exclamou ela atirando a ponta do cigarro na direção de um anjinho de cabeça decepada.- Vamos embora, Ricardo, chega.
- Ah, Raquel, olha um pouco para esta tarde! Deprimente por quê? Não sei onde foi que eu li, a beleza não está nem na luz da manhã nem na sombra da tarde, está no crepúsculo, nesse meio-tom, nessa ambigüidade. Estou lhe dando um crepúsculo numa bandeja e você se queixa.
- Não gosto de cemitério, já disse. E ainda mais cemitério pobre.
Delicadamente ele beijou-lhe a mão...


- Mais alguns passos...
- Mas este cemitério não acaba mais, já andamos quilômetros! – Olhou para atrás. – Nunca andei tanto, Ricardo, vou ficar exausta.
- A boa vida te deixou preguiçosa. Que feio – lamentou ele, impelindo-a para frente. – Dobrando esta alameda, fica o jazigo da minha gente, é de lá que se vê o pôr do sol. – E, tomando-a pela cintura: - Sabe, Raquel, andei muitas vezes por aqui de mãos dadas com minha prima. Tínhamos então doze anos. Todos os domingos minha mãe vinha trazer flores e arrumar nossa capelinha onde já estava enterrado meu pai. Eu e minha priminha vínhamos com ela e ficávamos por aí, de mãos dadas, fazendo tantos planos. Agora as duas estão mortas.
- Sua prima também?
- Também. Morreu quando completou quinze anos. Não era propriamente bonita, mas tinha uns olhos...Eram assim verdes como os seus, parecidos com os seus. Extraordinário, Raquel, extraordinário como vocês duas...Penso agora que toda a beleza dela residia apenas nos olhos, assim meio oblíquos, como os seus...


- Já chegamos, meu anjo. Aqui estão meus mortos.
Pararam diante de uma capelinha coberta de alto a baixo por uma trepadeira selvagem, que a envolvia num furioso abraço de cipós e folhas. A estreita porta rangeu quando ele a abriu de par em par. A luz invadiu um cubículo de paredes enegrecidas, cheias de estrias de antigas goteiras. No centro do cubículo, um altar meio desmantelado, coberto por uma toalha que adquirira a cor do tempo. Dois vasos de desbotada opalina ladeavam um tosco crucifixo de madeira. Entre os braços da cruz, uma aranha tecera dois triângulos de teias já rompidas, pendendo como farrapos de um manto que alguém colocara sobre os ombro do Cristo. Na parede lateral, à direita da porta, uma portinhola de ferro dando acesso para uma escada de pedra, descendo em caracol para a catacumba...


- A priminha Maria Emília. Lembro-me até do dia em que tirou esse retrato. Foi umas duas semanas antes de morrer... Prendeu os cabelos com uma fita azul e vejo-a se exibir, estou bonita? Estou bonita?...- Falava agora consigo mesmo, doce e gravemente.- Não, não é que fosse bonita, mas os olhos...Venha ver, Raquel, é impressionante como tinha olhos iguais aos seus.
Ela desceu a escada, encolhendo-se para não esbarrar
em nada.
- Que
frio que faz aqui. E que escuro, não estou enxergando...
Acendendo outro fósforo, ele ofereceu-o à companheira.
- Pegue, dá para ver muito bem...- Afastou-se para o lado.- Repare nos olhos.
- Mas estão tão desbotados, mal se vê que é uma moça...- Antes da chama se apagar, aproximou-a da inscrição feita na pedra. Leu em voz alta, lentamente.- Maria Emília, nascida em vinte de maio de mil oitocentos e falecida...- Deixou cair o palito e ficou um instante imóvel – Mas esta não podia ser sua namorada, morreu há mais de cem anos! Seu menti...
Um baque metálico decepou-lhe a palavra pelo meio. Olhou em redor. A peça estava deserta. Voltou o olhar para a escada...



       QUER SABER DETALHES?
O QUE SERÁ QUE ACONTECEU?

LEIA
Antes Do Baile Verde

Autor: TELLES, LYGIA FAGUNDES
Editora: COMPANHIA DAS LETRAS
Assunto: LITERATURA BRASILEIRA - CONTOS E CRÔNICAS

Os dezoito contos reunidos em 'Antes do Baile Verde' examinam com olhar ao mesmo tempo crítico e solidário os mais variados destinos humanos. Descortinam-se conflitos amorosos, descobertas, e a tensão entre o desejo e a consciência moral