sábado, 15 de outubro de 2016

Sugestões de títulos de literatura infantil sobre sexo e sexualidade



Com o avanço da tecnologia, as formas de comunicação também avançaram, e não são só as pessoas adultas que estão cercadas de informações, mas as crianças também.
Na atualidade, em muitas escolas, a temática sexualidade infantil tem sido debatida, mas nem sempre educadores se sentem realmente seguros para direcioná-lo – ainda mais quando se trata de perguntas ou atitudes que exigem uma resposta ou intervenção rápida. Diante do exposto, esta postagem poderá auxiliar pais e professores quanto a isso. Primeiro é preciso criar um canal confiável de diálogo e, para tal, pode ser interessante que pais e professores atuem em conjunto. Em segundo lugar ao falar sobre a sexualidade com a criança procurar utilizar termos corretos, evitando apelidos, palavrões, etc. As respostas às perguntas devem ser feitas em uma linguagem acessível, de forma clara e objetiva, dizendo de forma simplificada exatamente o que a criança deseja saber, sem antecipar dúvidas. Caso não saiba a resposta (ou como responder), seja sincero, e busque o mais rápido possível dar esse retorno, ao invés de fingir que se esqueceu.
Outro material que poderá auxiliar os educadores, pais e responsáveis são as sugestões de títulos de literatura infantil sobre sexo e sexualidade:

DE ONDE VEM OS BEBES – Andrew Andry
SEXO E SEXUALIDADE- 6 A 10 ANOS – Cida Lopes
DE ONDE EU VIM – APRENDENDO SOBRE A SEXUALIDADE – Claire Llewellyn Mike Gordon
O PLANETA EU – CONVERSANDO SOBRE SEXO – Liliana Iacocca
OS MENINOS E AS MENINAS – Brigitte Labbe
O BEBE VEM COM CEGONHA – Patricia Engel Secco
SEXO NÃO É BICHO PAPÃO – Marcos Ribeiro
MAMÃE COMO EU NASCI – Marcos Ribeiro
MAMÃE BOTOU UM OVO – Cole Babete
MENINO BRINCA DE BONECA – Marcos Ribeiro
DE ONDE VIEMOS? – Peter Mayle Ed Nobel

Se eu Fosse Eu – Clarice Lispector


"Quando não sei onde guardei um papel importante e a procura se revela inútil, pergunto-me: se eu fosse eu e tivesse um papel importante para guardar, que lugar escolheria? Às vezes dá certo. Mas muitas vezes fico tão pressionada pela frase "se eu fosse eu", que a procura do papel se torna secundária, e começo a pensar. Diria melhor, sentir.
E não me sinto bem. Experimente: se você fosse você, como seria e o que faria? Logo de início se sente um constrangimento: a mentira em que nos acomodamos acabou de ser levemente locomovida do lugar onde se acomodara. No entanto já li biografias de pessoas que de repente passavam a serem elas mesmas, e mudavam inteiramente de vida. Acho que se eu fosse realmente eu, os amigos não me cumprimentariam na rua porque até minha fisionomia teria mudado. Como? Não sei.
Metade das coisas que eu faria se eu fosse eu, não posso contar. Acho, por exemplo, que por certo motivo eu terminaria presa na cadeia. E se eu fosse eu daria tudo o que é meu, e confiaria o futuro ao futuro.
"Se eu fosse eu" parece representar o nosso maior perigo de viver, parece a entrada nova no desconhecido. No entanto tenho a intuição de que, passadas as primeiras chamadas loucuras da festa que seria, teríamos enfim a experiência do mundo. Bem sei, experimentaríamos enfim em pleno a dor do mundo. E a nossa dor, aquela que aprendemos a não sentir. Mas também seríamos por vezes tomados de um êxtase de alegria pura e legítima que mal posso adivinhar. Não, acho que já estou de algum modo adivinhando porque me senti sorrindo e também senti uma espécie de pudor que se tem diante do que é grande demais".

(Texto extraído do livro A Descoberta do Mundo, Clarice Lispector, editora Rocco, pg. 156).