terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

A beleza do humano, nada mais - Ferreira Gullar

Confesso que, espontaneamente, nunca me coloquei esta questão: para que serve a arte?
Desde menino, quando vi as primeiras estampas coloridas no colégio (que estavam muito longe de serem obras de arte), deixei-me encantar por elas a ponto de querer copiá- las ou fazer alguma coisa parecida. Não foi diferente minha reação quando li o primeiro conto, o primeiro poema e vi a primeira peça teatral. Não se tratava de nenhum Shakespeare, de nenhum Sófocles, mas fiquei encantado com aquilo. Posso deduzir daí que a arte me pareceu tacitamente necessária. Por que iria eu indagar para que serviria ela, se desde o primeiro momento me tocou, me deu prazer? 
Mas se, pelo contrário, ao ver um quadro ou ao ler um poema, eles me deixassem indiferente, seria natural que perguntasse para que serviam, por que razão os haviam feito. Então, se o que estou dizendo tem lógica, devo admitir que quem faz esse tipo de pergunta o faz por não ser tocado pela obra de arte. E, se é este o caso, cabe perguntar se a razão dessa incomunicabilidade se deve à pessoa ou à obra. Por exemplo, se você entra numa sala de exposições e o que vê são alguns fragmentos de carvão colocados no chão formando círculos ou um pedaço de papelão de dois metros de altura amarrotado tendo ao lado uma garrafa vazia, pode você manter-se indiferente àquilo e se perguntar o que levou alguém a fazê-lo. E talvez conclua que aquilo não é arte ou, se é arte, não tem razão de ser, ao menos para você. Na verdade, a arte em si não serve para nada. Claro, a arte dos vitrais servia para acentuar atmosfera mística das igrejas e os afrescos as decoravam como também aos palácios. Mas não residia nesta função a razão fundamental dessas obras e, sim, na sua capacidade de deslumbrar e comover as pessoas. Portanto, se me perguntam para que serve a arte, respondo: para tornar o mundo mais belo, mais comovente e mais humano. 
Onda Jovem. São Paulo, ano 1, n. 3, nov. 2005/fev. 2006.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

O Meu Pé de Laranja Lima - José Mauro de Vasconcelos

Editora:  Ano: 1968 - Estante: Infanto Juvenis

O menino Zezé, filho de uma família muito pobre, cria um mundo de fantasia para se refugiar de uma realidade exterior áspera. Assim é que um pé de laranja-lima se torna seu confidente, a quem conta suas travessuras e dissabores. No hostil mundo adulto ele encontra amparo e afeto em algumas pessoas, sobretudo em Manuel Valadares, o Portuga, uma figura substituta do pai. A vida, porém, lhe ensina tudo cedo demais.

Este é um livro que marcou minha infância, adolescência e vida adulta, tenho um carinho muito especial por essa obra literária, li muitas vezes e todas as vezes que li me emocionei.É uma história incrível, marcante, comovente, sensível e triste. Ao reler este livro, que neste ano completa 50 anos, senti um turbilhão de emoções, ri, chorei, lembrei da minha infância, lembrei-me também das minhas aulas como Professora Orientadora de Sala de Leitura e a reação  provocada em meus  alunos. Um livro com uma história repleta de emoções e reações frente as perdas e vitórias de uma criança, que se relaciona com um mundo adulto e na sua simplicidade, ingenuidade de criança, desperta em nós sentimentos, valores e reflexões profundas, sobre nosso modo de vida e sobre a vida . Leiam e degustem cada página, vocês irão amar.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

ANIVERSÁRIO...continuação...

Hoje quero falar de orgulho, pois estou me sentindo orgulhosa. No dia 21 de janeiro de 2018, meu blog vai completar sete anos; isso é motivo de muita emoção, gratidão e estímulo para  continuar essa caminhada, que começou para incentivar a leitura, fora das redes sociais (facebook,etc)espaços cheio de “modinhas”. Aqui construí um mundo , onde divulgo, ensino, aprendo a ler e imaginar. Alguns até acham que o Blog está ultrapassado, contudo este é um espaço, que tem um significado muito especial na minha vida e que eu não pretendo deixar pra trás. Não é fácil manter um blog, ultimamente confesso que tenho tido grande dificuldade, pois, nestes últimos 2 anos tenho andado muito atarefada, e quase não tenho tido oportunidade de cuidar, resenhar, formatar posts, divulgar e etc., contudo, este espaço é um hobby, um prazer pra mim, uma das grandes alegrias que tenho em fazer algo por mim e consequentemente compartilhar com vocês.  Neste ano "2018" pretendo voltar a publicar com mais frequência e muito entusiasmo, pois só assim, poderei, retribuir cada um de vocês que participa, acessa, comenta e me incentiva a permanecer e continuar.

Obrigada pela parceria e Parabéns para o Blog, pra mim, pra nós todos! Fazer aniversário pra mim, é um momento de pausa para a reflexão, é  a busca da certeza de tudo que já fizemos, do que estamos fazendo e a esperança de tudo poderemos fazer.


segunda-feira, 13 de novembro de 2017

MOSTRA CULTURAL - um verdadeiro trabalho coletivo


Neste último sábado(11/11) aconteceu a Mostra Cultural - 2017, da EMEF Professora Marili Dias, localizada na Região Norte da capital de São Paulo.O Encontro foi organizado pelos alunos e Corpo Docente e prestigiado pela comunidade do entorno.

Embora, a mostra cultural, não tenha tido um tema específico os objetivos claros quanto a promoção, integração e troca de experiências entre professores e estudantes ficaram evidentes nas exposições e apresentações no espaço escolar.
O diálogo com os nossos pares é tão fundamental para o processo de aprendizagem quanto para a produção de conhecimento, sendo assim, a troca de experiências e saberes teve e tem um valor inestimável para a construção daquilo que foi proposto e documentado em nossa proposta pedagógica.


O resultado demonstrou todo a experiência, competência do corpo docente e discente, que, desenvolveram trabalhos na forma de fotografias, desenhos, esculturas, maquetes, textos, pôsteres, teatro com os Deuses Olimpianos, coral e até um museu! Houve também apresentação de Trabalho Colaborativo Autoral do EFII.
Todos os envolvidos demonstram compromisso com a produção colaborativa, pois, aprender e ensinar são atos coletivos. Ninguém aprende sozinho, sem referências ou exemplos prévios.

Desta forma, o corpo docente da EMEF Professora Marili Dias, mostrou que o trabalho coletivo é essencial para atender a multiplicidade exigida por um processo de ensino-aprendizagem que converse com as novas demandas do século XXI.

                                                    Parabéns à todos!

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

EXPOSIÇÃO: A Arte possível no chão da escola"





 Alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Marili Dias, realizaram nesta sexta-feira (27) a abertura da exposição “A Arte possível no chão da escola”, no espaço Esportivo do CEU Parque Anhanguera, localizado na rua Pedro José de Lima, 1020 - Anhanguera, São Paulo - SP, fone: (11) 3912-6020. O evento é aberto ao público e estão expostas aproximadamente 200 obras (desenhos em folha de papel sulfite e telas em material alternativo).
 Na exposição tem imagens próprias (autorretratos), paisagens e outras imagens do cotidiano, feitas pelos alunos, em sua maioria na folha de sulfite e pintados com lápis de cor, giz de cera , canetinha , outros, no papel panamá pintados com tinta guache e pincel e ainda, trabalhos de colagem e dobraduras com papel color set. As obras foram inspiradas na beleza ingênua dos traços e cores vibrantes da arte NAIF.
A pintura naïf se caracteriza pela ausência das técnicas usuais de representação (uso científico da perspectiva, formas convencionais de composição e de utilização das cores) e pela visão ingênua do mundo. As cores brilhantes e alegres - fora dos padrões usuais -, a simplificação dos elementos decorativos, o gosto pela descrição minuciosa, a visão idealizada da natureza e a presença de elementos do universo onírico são alguns dos traços considerados típicos dessa modalidade artística. (ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017)
A ideia surgiu numa conversa informal entre as professoras do 5ºs anos C e D e a Professora de Artes Simone Ferreira da Costa,  sobre os cadernos dos alunos, que estavam permeados de desenhos que eles faziam entre uma atividade e outra, bem como os bilhetinhos cheios de corações, flores, carinhas e bocas e outras imagens que circulavam dentro da sala de aula; diante disso, o trio de educadoras perceberam  um grande talento dos alunos para artes visuais, principalmente no quesito desenho. 
Desta forma, decidiram entrar em ação e fazer com que os alunos percebessem o quanto podem mudar a realidade em que vivem através da arte, e principalmente, retratá-la através do desenho e da pintura. Na busca dos conhecimentos artísticos necessários para repassar um ensino de forma coerente e democrática, diversificando as linguagens, propiciando um fazer pedagógico inclusivo, de forma simples e eficaz, descobriram no autorretrato e na arte NAIF, a possibilidade de envolver os alunos , promovendo  uma arte contemplativa, envolvendo as diferentes áreas do conhecimento, apontando o entendimento nas linguagens artísticas, fundamentais para professores comprometidos com uma educação de qualidade. No meio do caminho, as professoras Graziela Oliveira e Adalzira Santos juntaram-se ao projeto, contribuindo de forma valiosa com os trabalhos desenvolvidos com seus alunos ( Professora Graziela 1º ano “Arte Livre” e Professora Adalzira – Matemática – “Mosaico da Tabuada).


A exposição é gratuita acontece no pátio do Espaço Esportivo do CEU Parque Anhanguera. Os horários são entre às 8h30  até 20h30. A exposição se encerra às 20h do dia 08 de novembro de 2017.
Os desenhos estão numerados para votação do Júri Popular ( os desenhos mais votados, entre as categorias : Autorretrato, Naif, Primavera/colagem e dobradura), serão premiados com uma maleta de pintura.

Escrito pela Professora Susete Mendes


Fonte bibliográfica
ARTE Naïf. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: . Acesso em: 27 de Out. 2017. Verbete da Enciclopédia.ISBN: 978-85-7979-060-7

domingo, 17 de setembro de 2017

FUZUÊ NA EMEF PROFESSORA MARILI DIAS

Apresentação organizada pela Professora Rosélia


Professores da EMEF Professora Marili Dias, levam muito a sério o ensino da leitura e produção de diferentes linguagens como meio de despertar habilidades e estimular a sensibilidade inerente ao ser humano. Por meio de aulas criativas e interativas, os educandos neste bimestre, tiveram atividades com linguagens performáticas, sonoras, poéticas e gestuais, que culminaram em apresentações maravilhosas, numa festa intitulada FUZUÊ.  
Grupo de danças - Projetos Integrados

Grupo de dança- Professora Graziella ( jogos Africanos)





Desta forma, a cultura afro-brasileira ganhou espaço em nossa Unidade Escolar, e neste último sábado (16), tivemos inclusive, convidados ilustres como o Grupo “Recanto das Batucadas” da EMEF Recanto dos Humildes, que arrasaram com suas cantorias ao som dos tambores e muita dança, sob o comando do professor Nelson Galvão.
Grupo - Batucadas do Recanto dos Humildes

Grupo Batucadas do Recanto dos Humildes







No embalo dos cantos e das danças, reafirmamos nossa identidade cultural afro brasileira, na perspectiva de construir o conhecimento, o entretenimento e a cidadania. 
Portanto, neste encontro para além da alegria revelou-se os sentidos e os significados da nossa cultura, introduzindo na escola e no processo educativo a riqueza da experiência de diferentes formas de compreender e interpretar o real, o lúdico e o simbólico na vida e na condição humana.

A realização deste evento, oportunizou aos nossos educandos e comunidade a reflexão e debate sobre as questões sociais e culturais da população afro brasileira. Enfim, o Fuzuê da EMEF Professora Marili Dias é uma festa que celebra, que ginga, que re-une gente, desejos, além de oportunizar o contato com as manifestações culturais do Brasil, estreitando a relação da população com a cultura afro-brasileira.